Após seis anos e vinte e dois dias no sistema prisional do estado, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deve deixar a cadeia na segunda-feira (19) e ficará em prisão domiciliar em Copacabana.
Em 2016, o ex-governador foi acusado de receber propina, onde ele beneficiava empresários em obras, como a reforma do Maracanã e o PAC das favelas. Além disso, também foi denunciado em 35 processos decorrentes de investigações da Lava-Jato, onde 33 na Justiça Federal e dois na Justiça do Rio. A pena de Sérgio Cabral soma mais de 430 anos de prisão, em 23 condenações.
Denunciado na Lava-Jato, Cabral é o único político que, até o momento, está em regime fechado. Quando foi detido em novembro, ele foi para o Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, porém, o mesmo já teve sete transferências de presídios do Rio de Janeiro, Niterói e Pinhais, no Paraná.
O ex-governador Sérgio Cabral (Foto: Reprodução/Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
Na sexta-feira (16), foi decidido pela Segunda Turma do STF, a revogação da prisão de Sérgio Cabral. O voto do empate foi concedido pelo ministro Gilmar Mendes, ele argumenta que a decisão não representa a absolvição de Cabral, mas declarou que "nenhum cidadão pode permanecer indefinidamente em prisão cautelar". Os ministros Ricardo Lewandowski e André Mendonça, junto com Gilmar Mendes, foram a favor do fim da prisão de Cabral, já os ministros Nunes Marques e Edson Fachin foram contra ao fim da prisão do ex-governador.
O advogado de Cabral, Daniel Bialski, disse que Sérgio ficará em prisão domiciliar enquanto aguarda a conclusão das demais ações penais que é réu, onde as saídas só serão permitidas para ir ao médico, para alguma emergência. Além de Daniel, Bruno Borragine, Patrícia Proetti e Anna Julia Menezes, também são advogados do ex-governador, afirmam que a Suprema Corte reconheceu a ilegalidade da manutenção da prisão cautelar de Cabral.
Foto Destaque: Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro sendo detido pela Polícia Federal na zona sul do Rio. Reprodução/Jason Silva/AFP