Nesta terça-feira (15), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que a China, assim como os EUA, precisa estar disposta a chegar a um acordo entre ambos os países.
Segundo Leavitt, os EUA já receberam mais de 15 propostas de acordo comercial e que eles serão divulgados em breve. A porta-voz ainda afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, acredita que a diferença da China para os demais países é o seu tamanho, e que toda nação deseja alcançar o consumidor final norte-americano.
Guerra tarifária
A declaração de Leavitt ocorre em meio à guerra tarifária iniciada com as recentes taxações decretadas por Donald Trump. No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa de acréscimo de 10% sobre produtos vindos da China, chegando a 20% no total.
No começo deste mês, o presidente norte-americano deu início ao plano de tarifas chamadas de "recíprocas". Trata-se da imposição de cobranças de tarifas àquelas nações que adotavam o mesmo método para os americanos. Para os chineses, Trump determinou mais um acréscimo, dessa vez de 34%, totalizando 54%.
Em resposta, a China aplicou os mesmos 34% de taxa para os americanos. Após o ocorrido, os EUA confirmaram mais uma taxa, de 50%, totalizando, 104% sobre produtos importados vindos do país asiático. Os chineses, após a medida da Casa Branca, decidiu elevar as taxas sobre as mercadorias norte-americanas para 84%. Trump então "dobra a aposta", e em uma nova ofensiva, cobra 125% da segunda maior economia do mundo.
Presidente dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping (Foto: reprodução/Dilara Irem Sancar/Anadolu via Getty Images Embed)
Impactos no Brasil
Segundo relatório divulgado pelo banco JP Morgan, o Brasil é a nação menos afetada pelas tarifas impostas por Donald Trump, atingindo apenas 0,3% do PIB local. A explicação é que a exposição da economia aos EUA e ao comércio local é baixa. Todavia, o agronegócio poderia se beneficiar desta guerra tarifária em curso no mundo, pois a China, a exemplo do que ocorreu em 2018, substituiu as importações dos norte-americanos pelas brasileiras.
Apesar de ser levemente afetado pelas tarifas impostas, o banco se mostrou pessimista quanto as previsões de crescimento da economia do Brasil. Com uma possível recessão no mundo nos próximos meses, a instituição acredita que o PIB brasileiro avance 1,9% em 2025 e 1,2% no próximo ano, o que vai de encontro as expectativas, 2,2% e 1,5%, respectivamente.
Foto destaque: Karoline Leavitt, discursa durante uma coletiva de imprensa diária na Sala de Imprensa Brady, na Casa Branca (Reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)