O Rio Grande do Sul segue vivendo semanas difíceis desde as fortes chuvas que atingiram o estado no final de abril. As enchentes já alagaram 80% do território gaúcho, deixando mais de 500 mil pessoas desabrigadas, 75 mil desalojadas, além dos mais de 150 mortos e 125 desaparecidos.
A previsão é que as chuvas se intensifiquem, aumentando o nível do Rio Guaíba, oferecendo risco de vida por causa das inundações.
Apesar do alerta alguns moradores se negam a deixar suas casas, pelo medo de serem saqueados. Os furtos tem sido um dos problemas que surgiram junto com a crise climática.
"Me nego a sair"
Em Eldorado do Sul, cidade a 12km da capital Porto Alegre, o Corpo de Bombeiros faz negociação aos centenas de moradores que se negam a deixar suas residências. O motivo de querer ficar é para vigiarem seus pertences, já que os furtos tem aumentado com as cheias que deixaram as casas vazias.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, 60 pessoas foram presas por saque só no último final de semana, e seguirá com a vigília para que novos roubos não sejam feitos. Ao todo, são mais de 300 agentes federais atuando sobre a prevenção dos delitos no estado. Os policiais tem feito a patrula atraves de barcos e botes.
Patrulha policial no estado do Rio Grande do sul (foto:reprodução/Anadolu/Getty Imagens Embed)
João Carlos Velasquez Batista foi um dos moradores que permaneceu em casa e se nega a sair. Segundo o idoso, ele tem comida e animais de estimação para cuidar. Ele é um dos centenas que resiste as recomendações dos bombeiros a se retirarem. Em entrevista a BBC News Brasil, o homem disse que só sairá da casa quando rio subir mais 5 metros.
João Batista (Foto:reprodução/Fernando Otto/BBC)
Outros Crimes
Além dos roubos, o crime de estupro também tem crescido na região. Nos abrigos de acolhimento as vítimas, pessoas foram violentadas sexualmente, deixando a população em ainda mais alerta. Ao todo oito homens foram presos na última semana por causa das trangressões, e por causa disso, para evitar novos delitos, prefeituras criaram abrigos exclusivamente para mulheres e crianças.
Foto Destaque: Cartaz com apelo aos ladrões (Foto:reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)