Na última terça-feira (04), as bolsas de valores ao redor do mundo enfrentaram quedas, em meio ao agravamento da guerra comercial desencadeada por Donald Trump. Novas tarifas sobre importações do Canadá, México e China começaram a valer, levando os três países a reagirem.
O presidente Trump afirmou que não há espaço para negociação neste momento, confirmando a implementação de tarifas de 25% sobre produtos e bens provenientes de México e Canadá. Em resposta, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse a um importante jornal americano: “Não costumo concordar com esse jornal, mas, Donald, eles dizem que apesar de você ser um homem inteligente, isso é muito estúpido de se fazer”.
Confira a matéria em vídeo:
"Canadá e China anunciam tarifas retaliatórias aos EUA" (Vídeo: reprodução/Youtube/@CNNbrasil)
O início das retaliações
Trudeau rebateu com tarifas de 25% sobre produtos americanos. Donald Trump, referindo-se a Trudeau como “governador”: "Explique ao governador Trudeau, do Canadá, que quando ele aplicar uma tarifa retaliatória aos Estados Unidos, nossa tarifa recíproca aumentará imediatamente em uma quantia semelhante", declarou Trump.
Claudia Sheinbaum, presidente mexicana, contrariou a alegação de Trump de que seu país não tem se esforçado para controlar a imigração ilegal e o tráfico de drogas, prometendo anunciar uma retaliação no próximo domingo (09).
A guerra comercial também impactou a China, recebendo tarifas adicionais de 10% sobre produtos. Em resposta, o governo chinês estabeleceu uma taxa de 15% sobre produtos como trigo e frango, e de 10% para frutas e vegetais.
O prejuízo irá longe
Especialistas alertam que as tarifas, não apenas ameaçam o comércio internacional, mas podem comprometer uma das promessas de campanha de Donald Trump de baixar o custo do supermercado, levando a redução do custo de vida. Com o aumento das tarifas, uma empresa americana que pagava US$ 10 por um produto canadense agora pagará US$ 12,50, sendo o consumidor quem arcará com essa diferença.
As bolsas de valores na Europa e nos Estados Unidos terminaram em queda. O professor Vivek Astvansh, da Universidade de McGill, em Montreal, comentou que o mundo pode estar entrando em uma nova ordem comercial: "Parece que há um novo arranjo dos acordos internacionais. Mas precisamos esperar mais meses para fazer um julgamento", concluiu.
Foto Destaque: Presidente estadunidense Donald Trump (Foto: reprodução/DW/Elizabeth Frantz/REUTERS)
