O novo documento divulgado pela ONU, intitulado “The Global Threat of Drying Lands”, nesta segunda-feira (9), aponta que os estudos mostraram a possibilidade de alguns cenários climáticos se tornarem mais secos, com a transição do solo úmido para o árido, com risco de desertificação. Os estudos indicam que essas mudanças podem acontecer nos próximos 30 anos no planeta Terra.
Apesar de os estudos estimarem um prazo de 30 anos, já é perceptível que alguns eventos climáticos que ocorreram nos últimos anos causaram transformações permanentes em biomas, e a tendência é que o cenário piore.
Vivendo em solo árido
A projeção feita pela ONU aponta que até 5 bilhões de pessoas estarão vivendo em solo árido até o final do século. No último ano analisado (2020), os estudos indicaram que cerca de 2,3 bilhões de pessoas já viviam nessas condições. O relatório destaca que entre os anos de 1990 e 2020, 77,6% da Terra vivenciou condições climáticas mais secas.
Clima árido no Brasil
De acordo com o documento, um fator que comprova essa transição climática é o aumento da temperatura do ar e o aumento do nível dos oceanos, que vem crescendo gradativamente ano após ano.
Clima árido (Foto reprodução/ONU/Billow926)
No Brasil, no início do ano de 2024, foi identificada, na região centro-oeste da Bahia, a primeira região árida do país. O documento faz um adendo, afirmando que a seca, a aridez e a desertificação são responsáveis por fatores que contribuem para o evento conhecido como imigração, e que entre os anos de 1960 e 1980, ocorreu a imigração de mais de 3 milhões de pessoas.
Medidas para evitar o cenário previsto
Para evitar a expansão das terras áridas, que afetam o ecossistema e a sociedade de forma permanente, causando o esgotamento do solo, declínio de recursos e colapso do ecossistema, o documento aponta: monitoramento da aridez, melhoria das práticas de uso da terra e investimento em eficiência no uso dos recursos hídricos.
Foto destaque: Pessoa vivendo na região árida (Reprodução/ ONU/H. Cowper)