Rússia vive os dias mais quentes em trinta anos

Especialistas apontam que essas marcantes elevações térmicas têm se tornado cada vez mais comuns devido às mudanças climáticas

14 jul, 2025
População russa enfrenta onda de calor | Reprodução/X/@infogovegbr
População russa enfrenta onda de calor | Reprodução/X/@infogovegbr

Moscou viveu, nesta quinta-feira (11), o dia mais quente em quase três décadas, com os termômetros atingindo 35ºC. Segundo dados do serviço meteorológico russo, esse registro superou o recorde anterior de 33,9ºC, estabelecido em 1996. O fenômeno chegou acompanhado de uma onda de calor que já persiste há vários dias e atinge grande parte do centro da Rússia, bem como regiões do sul da Europa.

A população local buscou alívio nas fontes, lagos e canais da cidade, apesar de proibições oficiais quanto ao uso recreativo dessas áreas, muitas vezes poluídas. Com o calor intenso, parques públicos, áreas verdes e residências de veraneio nos arredores da capital também se tornaram refúgio para quem tenta escapar das altas temperaturas.

Calor extremo em contexto global

Especialistas apontam que essas marcantes elevações térmicas têm se tornado cada vez mais comuns em países de clima temperado, como a Rússia, devido às mudanças climáticas. Dados divulgados pelo monitor climático Copernicus indicam que o mês de junho de 2025 foi o mais quente já registrado na Europa Ocidental. A região exibiu temperaturas de três a oito graus acima da média histórica, gerando condições classificadas como “estresse térmico severo”.


Onda de calor na russa causa dia mais quentes do ano (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

A onda de calor que agora castiga Moscou se estendeu por várias regiões centrais do país, incluindo também o sul da Europa. Projeções indicam que o calor intenso deve permanecer pelo menos até o início da próxima semana, quando há previsão de queda gradual nas temperaturas.

Consequências para a saúde e infraestrutura

O calor fora do comum representa risco especial para grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Médicos relatam aumento no número de casos de desidratação, exaustão térmica e quadros similares. Trabalhadores que atuam ao ar livre, como operários da construção civil, também enfrentam dificuldades diante da intensidade do calor.

Além do impacto humano, a alta pressão térmica coloca em risco a infraestrutura urbana: pavimentações expostas ao sol intenso podem derreter, sistemas de eletricidade e ar condicionado passam por sobrecarga, e há aumento considerável no consumo de energia. Moradores relatam ainda preocupação com a poluição da água nos lagos e canais, que, em muitos casos, encontra-se acima do permitido.

Outros episódios históricos de calor extremo na Rússia servem de alerta para a situação atual. No verão de 2010, uma onda derrubou recordes até 44ºC, provocou incêndios florestais e levou à declaração de emergência em diversas regiões. Naquele ano, os efeitos socioambientais foram dramáticos, com milhares de pessoas afetadas pela seca e pela fumaça tóxica. Os especialistas recomendam atenção e políticas públicas mais eficazes para lidar com essas emergências climáticas.

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