Vladimir Putin anunciou hoje (27), em reunião com líderes militares russos, que vai pôr em alerta a “força de dissuasão” do Exército Russo. Ela inclui o segundo maior arsenal de armas nucleares do mundo e um enorme arsenal de mísseis balísticos. Segundo informações da agência Reuters, a ordem surgiu após Putin ouvir declarações que considerou agressivas de representantes dos países que formam a Otan.
Putin em reunião com militares. (Foto: Reprodução/Alexei Nicolsky/ Associated Press/Estadão Conteúdo)
Vladimir disse: “Como vocês podem ver, países do Ocidente não só tomam medidas não amistosas contra nós na dimensão econômica - eu me refiro às sanções que todos conhecem bem e também aos principais dirigentes que lideram a Otan que se permitem fazer declarações agressivas em relação ao nosso país”, afirmou na TV estatal.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que as declarações de Putin têm como objetivo “pressionar” a Ucrânia, mas que, mesmo assim, o país não vai se render: “Não nos renderemos, não aceitaremos, não cederemos um palmo do nosso território”. Ele ainda reforçou que uma guerra nuclear “seria uma grande catástrofe para o mundo todo”.
Conflito na Ucrânia. (Foto: Reprodução/Sergey Bobok/AFP)
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também reagiu à fala de Putin, dizendo que esta é uma decisão “irresponsável”: “Esse é um discurso perigoso, um comportamento irresponsável”, afirmou no programa “Estado da União” da CNN. “E, claro, quando você combina essa retórica com o que eles estão fazendo na Ucrânia - travando uma guerra contra uma nação independente e soberana, conduzindo uma invasão completa da Ucrânia - isso aumenta a gravidade da situação”.
Os Estados Unidos também já se posicionaram em relação às declarações de Putin. A secretária de imprensa da Casa Branca dos Estados Unidos, Jen Psaki, afirmou em entrevista ao canal ABC que “esse é um padrão do presidente Putin que temos visto ao longo deste conflito, de fabricar ameaças que não existem para justificar novas agressões”.
O conflito chega hoje ao seu quarto dia, com ao menos 198 mortos, incluindo crianças, de acordo com publicação feita ontem (26) no Facebook do ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Liashko.
Foto destaque: Vladimir Putin, presidente da Rússia. Reprodução/RUSSIAN POOL/REUTERS