O preço da conta de luz vai continuar alto em 2022 e quem sofre é o consumidor. O novo reajuste previsto é superior a 20% no ano que vem, apontam os documentos internos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) obtidos pelo Estadão.
No documento, o órgão regulador realizou uma projeção do impacto da atual crise hídrica sobre o preço da conta de luz em todo o Brasil. Estima-se que o aumento tarifário médio será equivalente a 21,04%, três vezes a mais do que o reajuste deste ano que chega a 7,04% para o consumidor residencial. O acréscimo é justificado pelo recorrente uso das termelétricas, indica a Aneel.
“O Brasil no último período úmido registrou o pior regime de chuvas dos últimos 91 anos. Em razão desse cenário adverso, para compensar o baixo nível dos reservatórios com a falta de chuva, têm sido utilizados todos os recursos de oferta de energia disponíveis e foram tomadas medidas excepcionais para assegurar o suprimento de energia no País”, esclarece a Annel em nota após informações veiculadas (na sexta-feira) acerca da conta de luz.
Rombo da crise hídrica eleva 21,04% a conta de luz dos consumidores em 2022. (Foto: Reprodução/ Tecmundo)
Desde setembro, cada consumidor de energia paga R$ 14,20 a mais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, por conta da escassez de chuvas nas usinas hidrelétricas. A taxa extra, conhecida como bandeira de escassez hídrica, substitui a bandeira vermelha 2 e será cobrada até 30 de abril de 2022.
A área técnica da agência - após analisar as projeções de geração de energia e dos custos previstos - aponta para um rombo equivalente a R$ 13 bilhões, “já descontada a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período”, ou seja, a taxa extra terá o nível mais alto de cobrança até abril de 2022.
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Além do racionamento de água, outra fatura que será quitada pelo cidadão tem origem nas contratações de uma “energia reserva” realizada pelo governo federal, para evitar a escassez de água. A energia será entregue a partir de maio e acresce R$ 9 bilhões no rombo financeiro do setor elétrico.
Em nota, publicada na sexta-feira (12), a Annel enfatiza que “tem envidado esforços para atenuar os impactos da escassez hídrica nos processos tarifários de 2022, a exemplo de todos os esforços que foram empreendidos nos anos de 2020 e 2021 e que permitiram que os impactos da pandemia no aumento das tarifas fossem significativamente reduzidos, em prol de toda a sociedade brasileira e da sustentabilidade do setor elétrico.”
Foto destaque: Aumento na conta de luz. Reprodução: Campo Grande News