Na manhã desta terça-feira (6) a Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra suspeitos de tráfico internacional de pessoas. O alvo principal dessa ação policial é uma mulher de Curitiba, no Paraná, que supostamente teria realizado a venda do seu filho para um português, sendo a comercialização do bebê realizada antes do parto.
A investigação policial indicou que a mulher teria viajado para o país da Península Ibérica faltando pouco tempo para dar a luz, onde lá ela viria a realizar o parto. Ao retornar para o Paraná, a curitibana já estava sem a criança. Em Portugal, a polícia teria identificado o bebê na maternidade em que nasceu e o encaminhado para as autoridades e rede de proteção à criança de Portugal. Com a suspeita, a mulher foi alvo de busca e apreensão.
Intermédio de procedimentos de adoção clandestinos
Outra pessoa que foi alvo da operação policial foi uma residente de São Paulo, que supostamente teria intermediado os procedimentos de adoção clandestina. A PF relatou que "a operação contou com apoio da Interpol e da Polícia de Portugal, que realizou diversas diligências naquele país".
"Com base nos fatos identificados pela Polícia Federal do Brasil, foi instaurado um novo procedimento investigatório criminal pelas autoridades portuguesas, no qual os suspeitos passaram a ser também investigados pela prática de crimes relacionados ao tráfico internacional de pessoas praticados na Europa", complementa a nota. A operação, batizada de “Mater Avaritia”, segue investigando se há mais pessoas envolvidas na negociação de crianças brasileiras para residentes em Portugal.
Pelo disque 100, crianças, adolescentes e mulheres são 75% das vítimas do tráfico humano (Foto: reprodução/imagem ilustrativa/TN Online)
Tráfico humano
Segundo dados de 2021, divulgados pelo Governo, foram registadas 301 denúncias de tráfico humano pelo Disque 100, de janeiro de 2020 a junho de 2021. No período, 50,1% representavam as crianças e adolescentes que foram comercializadas ilegalmente e outros 24,9% correspondiam às mulheres.
Foto destaque: prédio da Polícia Federal de Curitiba (Reprodução/Antônio More/Tribuna)