Durante a investigação das joias sauditas recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro durante uma visita ao país em 2021, a Polícia Federal (PF) descobriu nesta segunda-feira (10), por meio de um depoente, a existência de outra peça que chegou a ser levada aos Estados Unidos da América (EUA) a mando de Bolsonaro para ser avaliada. A joia, contudo, não chegou a ser vendida na época.
Há a possibilidade de o artefato ter sido mais um dos presentes recebidos do governo saudita, e atualmente busca-se saber onde está a joia.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: reprodução/Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Alto valor comercial
Segundo o mesmo depoente, a peça era cravejada de brilhantes que, se retirados da mesma, poderiam ser vendidos por um alto valor. Suspeita-se que ela tenha estado junto da escultura de palmeira, feita de ouro, que Bolsonaro recebeu na mesma ocasião. Além dessas joias, o ex-presidente também recebeu relógios de marca, outros adornos e uma estátua de barco.
Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, tentou vender os presentes em Miami, na Flórida, mas não conseguiu vender tudo, pois as estátuas eram feitas inteiramente de ouro.
Conjunto de joias recebido e devolvido por Bolsonaro (Foto: reprodução/Amanda Perobelli/Diário do Comércio)
Patrimônio cultural
As esculturas dadas a Bolsonaro também possuem valor cultural, uma vez que a palmeira é a planta oficial do Bahrein, e uma estátua como essa seria um artigo de museu. Uma estátua similar, mas em formato de árvore, é patrimônio da Organização das Nações Unidas (ONU) e fica exibida na página da entidade.
Ainda que não haja evidência da existência da joia, as buscas por ela seguem. Além disso, a joia não fez parte da operação na qual os aliados do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro viajaram às pressas para os EUA para recuperar a parcela dos bens que foi vendida, o que pode significar que ela continua no Brasil ou então que foi desfeita e vendida, o que pode agravar a situação de Bolsonaro no processo caso seja necessário devolvê-la.
Foto destaque: Jair Bolsonaro e o líder saudita (Reprodução/Clauber Cleber Caetano/PR/CP)