Durante uma investigação de lavagem de dinheiro, a Polícia Federal realizou uma apreensão na casa do empresário Arthur Rondini, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Entre os itens apreendidos estavam armas, ouro, dinheiro e uma coleção de animais taxidermizados nas paredes. Segundo o Ibama, alguns desses animais estavam sem a documentação exigida.
Esquema de lavagem de dinheiro
A operação investigava um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de garimpo ilegal de ouro nos estados de Mato Grosso e Pará, nas regiões centro-oeste e norte do país. O esquema foi descoberto há três anos, quando a polícia suspeitou das transações financeiras de duas empresas que movimentaram cerca de R$ 180 milhões em um ano. No entanto, suas sedes estavam registradas em residências modestas nos bairros da cidade onde Arthur Rondini mora.
Segundo o delegado Gustavo Gomes, as empresas estavam em nome de laranjas para ocultar o fluxo do dinheiro. Ele também afirmou que o empresário era o principal articulador do esquema, que movimentou R$ 3 bilhões em um período de cinco anos.
Animais e armas apreendidos
As autoridades confiscaram cerca de R$ 73 mil em espécie, armas como fuzis, espingardas, pistolas e revólveres, quase 2 kg de ouro e 19 animais taxidermizados vindos da África, que Rondini mantinha em sua casa como troféus. Doze desses animais não tinham licença para estar no país; entretanto, os demais foram apreendidos como parte do bloqueio de bens. Ao todo, o valor dos itens chega a R$ 1,3 bilhão.
Também foi descoberto que o empresário praticava a chamada caça enlatada, onde o animal é criado com seus instintos suprimidos e posteriormente solto em um ambiente fechado para ser caçado. Rondini voltava ao Brasil com as peles dos animais e as enviava para a taxidermia, onde eram empalhados. A caça é legalizada no continente africano, desde que o animal não esteja ameaçado de extinção, mas o processo para trazer sua pele ao Brasil precisa ser autorizado pelo Ibama.
Uma das cabeças dos animais apreendidos pelo Ibama (Foto: Reprodução/Monike Ribeiro Barros/Ibama)
Como as viagens e a taxidermia envolvem um alto custo, a Polícia Federal suspeita que Arthur as financiava com o dinheiro obtido de forma ilícita por meio da lavagem de dinheiro. No entanto, sua defesa alega que ele não faz parte desse esquema, além de afirmar que suas armas são legalizadas e que todos os animais foram importados legalmente.
Foto destaque: Matéria do Fantástico sobre a operação (Reprodução/TV Globo)