Na última quinta-feira (18), em novo episódio do conflito Irã-Israel, o governo israelense lançou um ataque aéreo no território iraniano em represália à ofensiva do Irã, no último dia 13 - esta, por sua vez, em resposta a um ataque à embaixada iraniana na Síria, que vitimou o comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã, embora Israel não tenha reinvindicado o ato.
A tensão no Oriente Médio aumenta conforme o conflito avança e se aprofunda, enquanto o mundo observa a guerra e teme por sua expansão entre os demais países da região. No entanto, para o professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, em entrevista cedida ao site g1, os dois países possuem grande diferença entre seu arsenal, o que pode significar uma grande vantagem ou desvantagem entre os dois lados. Israel, como o maior aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio, domina o espaço aéreo ao utilizarem aeronaves de última geração importadas do país norte-americano enquanto o Irã utiliza modelos já obsoletos, como caças do período da Guerra Fria.
Poderio militar
"Israel controla os céus do Oriente Médio desde a Guerra dos Seis Dias [conflito entre Israel e países árabes em 1967]. O país não tem profundidade territorial, então precisa ter uma estratégia em caso de ataque iminente, e a aviação é muito importante para isso", afirmou Brustolin.
Porém, o Irã possui tem o segundo maior efetivo militar da região, com 610 mil militares na ativa, orçamento militar anual de US$ 44 bilhões (R$ 232,6 bilhões) em 2022, mísseis poderosos -- como o Sejil e o Kheibar -- e 13 vezes mais veículos de artilharia e lançadores de mísseis que Israel, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês). O Irã tem um programa nuclear avançado e pode estar próximo de ter uma bomba nuclear.
O conflito
Irã ataca Israel no último dia 18 (Foto: Reprodução/Issam Rimawi/Anadolu/Getty Images)
Em 7 de outubro de 2023, após um ataque terrorista coordenado por vários grupos militantes palestinos contra cidades israelenses, passagens de fronteira, instalações militares adjacentes e colonatos civis nas proximidades da Faixa de Gaza, Israel realizou ataques contra a Palestina, inciando uma guerra que já perdura por quase sete meses. O conflito já vitimou 15.900, e forçou outras milhares a se refugiarem em outros países do Oriente Médio e na Europa. Os governantes iranianos apoiam a Palestina e consideram Israel o "pequeno Satanás", o aliado no Oriente Médio dos Estados Unidos, que chamam de "grande Satanás", e querem que ambos desapareçam da região. Ao mesmo tempo, Israel acusa o país vizinho de apoiar o terrorismo anti-semita entre seus vizinhos.