A Universidade de Cambridge, instituição estadunidense, divulgou, na última quarta-feira (16), novas pesquisas sobre o planeta K2-18b. O estudo foi feito a partir do telescópio James Webb, que coletou dados sobre a composição química da atmosfera do K2-18b.
Segundo os cientistas responsáveis pela pesquisa, as informações obtidas sugerem a existência de vida microbiana no planeta. Assim, a suposição principal é que, caso existam, os seres vivos do K2-18b seriam similares a alguns organismos encontrados na vida marinha terrestre, como algas.
As afirmações foram baseadas a partir do registro dos gases dimetil sulfeto (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS) na atmosfera do K2-18b. Na Terra, tais produtos químicos são originados apenas por meio de processos biológicos.
Apesar da descoberta, os pesquisadores destacam que ainda não é possível chegar a uma conclusão definitiva sobre a presença de seres vivos no planeta. O estudo apresentou 99,7% de confiabilidade, sendo classificado como nível três sigmas, na escala estatística que mede a confiabilidade dos estudos. O nível máximo que se pode atingir, porém, é de cinco sigmas. Segundo o astrofísico Nikku Madhusudhan, pesquisador chefe do projeto, as observações realizadas ainda serão repetidas, para “garantir que o sinal é real e aumentar a significância da detecção, até que a probabilidade de erro estatístico seja menor que uma em um milhão”.
A pesquisa da Universidade de Cambridge revelou evidências de possível vida fora da Terra (Foto: reprodução/Instagram/@cnnlifestyle)
Características do K2-18b
Até o momento, as informações que existem sobre o K2-18b mostram que ele é 2,5 maior que a Terra, sendo a sua massa superior à terrestre em 8,6. Localizado na constelação de Leão, o K2-18b faz parte da chamada “zona habitável” de sua estrela. Ou seja, o planeta orbita uma região em que é possível encontrar água em estado líquido. As pesquisas também apontam que a distância calculada entre a Terra e o K2-18b é de 124 anos-luz.
Debate científico sobre seres vivos no K2-18b
Mesmo com a necessidade de novos estudos, alguns pesquisadores se mostraram mais receosos com as informações divulgadas. A principal questão debatida entre a comunidade científica foi a origem dos gases encontrados. Apesar de, em Terra, o dimetil sulfeto (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS) só serem produzidos por seres vivos, não é possível afirmar que tal condição seria válida para o restante do universo.
Em resposta aos questionamentos, o grupo responsável pela pesquisa do K2-18b concordou com as dúvidas levantadas e destacou que estudos voltados para uma possível origem não biológica dos gases serão realizados.
Foto Destaque: Ilustração do K2-18b (Reprodução/Instagram/@sbtnews)
