Notícias

Petrobras eleva importação e desune preço de combustíveis das cotações internacionais

Analistas veem preços descolados das cotações internacionais e mesmo dos novos parâmetros com a recente alta dos preços do petróleo

28 Jul 2023 - 18h25 | Atualizado em 28 Jul 2023 - 18h25
Petrobras eleva importação e desune preço de combustíveis das cotações internacionais Lorena Bueri

Após dois meses do anúncio da nova política de preços para os combustíveis, a Petrobras vende gasolina e diesel no país com valores cerca de 20% abaixo das cotações internacionais. Dados da Abicom, associação que reúne importadores de combustíveis, apontam que os combustíveis comercializados pela estatal, a partir de suas refinarias, estão com preços defasados desde meados de maio, quando aconteceu a alteração da estratégia comercial da companhia de forma constante.

Na última quinta-feira (27), o valor da gasolina vendida pela estatal era 23% menor que o preço do combustível no exterior, que segue a cotação internacional do petróleo. Com o diesel, o movimento é parecido, com o preço do litro 19% a menos. É o maior patamar de defasagem desde outubro de 2022, quando a empresa segurou reajustes em meio à campanha de reeleição de Jair Bolsonaro.

Tabela de preços

Especialistas do setor e analistas do mercado financeiro criticam essa situação, pois acreditam que possa ter um impacto negativo nas contas da estatal, reduzindo sua rentabilidade. Existe também um receio pela diminuição dos importadores, pelo fato de o Brasil não produzir todo o combustível que consome. Entretanto, a Petrobras mostra os dados que está aumentando sua importação para garantir o abastecimento.

A Petrobras desde a criação da nova política de preços, em maio, já reduziu o preço da gasolina três vezes em suas refinarias, passando de R$ 3,18 para R$ 2,52 por litro, uma queda de 20,75%. O espaço entre os preços da Petrobras no Brasil e os de outros países se estende com a valorização do petróleo no mundo. O barril tipo Brent, usado como referência internacional e pela Petrobras, subiu de US$ 74,90 para quase US$ 83 desde o início de julho.

A expectativa é que a cotação continue acima dos US$ 80 nos próximos meses, pressionando ainda mais as contas da estatal, com o menor risco de recessão nos EUA e estímulos econômicos na China, um dos maiores importadores da commodity.

Em 16 de maio, a nova política de preços da estatal deu por encerrada à chamada política de paridade de importação (PPI), quando variações nas cotações do petróleo e do dólar serviam como um parâmetro para reajustes tanto para cima como para baixo nos valores dos combustíveis vendidos pelas refinarias às distribuidoras.


 

Foto: Atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Reprodução: Tomaz Silva/Agência Brasil


Jean Paul Prates foi escolhido pelo presidente Lula para comandar a Petrobras. Na sua gestão, a estatal criou uma nova política comercial que leva em consideração os custos internos de produção e os preços dos concorrentes em diferentes mercados dentro do país. Essa politíca também inclui as parcelas de combustíveis produzidas no país ou compradas no exterior.

Essa nova dinâmica é considerada complexa e incapaz, segundo analistas. Porque ela não é capaz de dar ao mercado uma previsibilidade sobre os preços da estatal, embora já fosse algo aguardado. Ainda durante a campanha eleitoral, Lula se colocou contra a continuidade da PPI. Mas uma possível falta de transparência preocupa os importadores, que possuem dificuldades de prever os preços internos, afirma Sergio Araujo, presidente-executivo da Abicom:

 "Antes, o setor tinha um norte. Agora, a Petrobras criou variáveis que não se calculam. E isso vem prejudicando as importações do setor. Esse é o fator, da Petrobras estar aumentando a compra de combustível no mercado internacional, para evitar risco uma possível faltar gasolina", comenta Araujo. Ele ainda afirma que a empresa está no maior patamar de defasagem de preços desde o período pré-eleitoral, no ano passado.

Importações da Petrobrás 

A gasolina tive uma alta de 642,9% no segundo trimestre de 2023 comparado ao mesmo período de 2022, passando de 7 mil barris por dia (Mbpd) para 52 mil Mbpd, no dia 27 de junho. No primeiro semestre, o avanço nas importações foi de 228,6%. Atualmente, as importações representam cerca de 15% do consumo total de gasolina no Brasil, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e a Abicom.

A Petrobras está se esforçando para aumentar sua produção original. O fator de utilização nas refinarias chegou a 93% no segundo trimestre, maior que os 89% do mesmo período de 2022, segundo a empresa.

Foto Destaque: Gasolina da Petrobrás em postos de combustíveis. Reprodução: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil.

Lorena Bueri CEO, Lorena Bueri, madrinha perola negra lorena bueri, lorena power couple, lorena bueri paparazzi, Lorena R7, Lorena Bueri Revista Sexy, Lorena A Fazenda, Lorena afazenda, lorena bueri sensual, lorena gata do paulistão, lorena bueri gata do paulistão, lorena sexy, diego cristo, diego a fazenda, diego cristo afazendo