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Pedro Herz, dono da Livraria Cultura morre aos 83 anos

Pedro Herz transformou a pequena empresa de sua mãe em uma das maiores livrarias do Brasil, distribuída em diversas unidades pelo país; entenda a trajetória do livreiro e empresário

19 Mar 2024 - 14h12 | Atualizado em 19 Mar 2024 - 14h12
Pedro Herz, dono da Livraria Cultura morre aos 83 anos Lorena Bueri

O livreiro e empresário Pedro Herz, dono da Livraria Cultura, faleceu na madrugada desta terça-feira (19), aos 83 anos, vítima de um ataque cardíaco. Sua morte foi confirmada por Sérgio Herz, filho do livreiro e atual CEO da Cultura, ao Estadão.

Trajetória 

A história da Livraria Cultura começou com Eva Herz, mãe de Pedro Herz, que iniciou um serviço de aluguel de livros em alemão para a comunidade alemã em São Paulo. Com o tempo, expandiu o acervo para incluir obras nacionais e, eventualmente, abriu a primeira loja da Cultura na Rua Augusta. Pedro Herz tornou-se sócio e juntos levaram a livraria para o Conjunto Nacional em 1969, encerrando o serviço de aluguel e focando na venda de livros.

No Conjunto Nacional, a Cultura se tornou um ponto de encontro para diversas figuras influentes, com eventos que atraíam políticos, escritores, jornalistas e intelectuais. Durante a ditadura militar, a livraria chegou a receber visitas de agentes do regime disfarçados. 

A empresa cresceu ao longo dos anos e, em 2007, as várias lojas no edifício foram consolidadas em uma única unidade gigantesca, que se tornou uma atração na Avenida Paulista. Grandes eventos, como noites de autógrafos de artistas renomados, eram comuns na Cultura, solidificando seu lugar como parte essencial da cultura literária de São Paulo.

Crise 

Após anos de expansão por diversas cidades e estados brasileiros, a Livraria Cultura entrou em crise nos anos 2000 e, em 2018, solicitou recuperação judicial devido a uma dívida de 285,4 milhões de reais com fornecedores e bancos. A crise foi impulsionada por mudanças no mercado editorial, a crise econômica no Brasil entre 2014 e 2017, e problemas de gestão.

Com 17 lojas e 1,5 mil funcionários, a Cultura enfrentava dificuldades quando adquiriu as operações da rede francesa Fnac e comprou a Estante Virtual, aumentando seus problemas financeiros. Gradualmente, todas as lojas da rede foram fechadas, restando apenas a unidade do Conjunto Nacional e outra em Porto Alegre. A empresa teve sua falência decretada em 2023 duas vezes, mas ambas as decisões foram revertidas, e a loja do Conjunto Nacional foi fechada em junho, gerando comoção no meio literário.

A unidade foi reaberta em julho de 2023, mas enfrentou uma ordem de despejo em agosto, posteriormente revertida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Em fevereiro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da livraria, autorizando a ordem de despejo. No momento, a livraria continua funcionando normalmente, apesar dos desafios enfrentados.


Loja da Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Foto: reprodução/Conjunto Nacional)


Biografia

Pedro Herz publicou, em 2017, sua biografia, intitulada de O Livreiro (Editora Planeta). Na obra, o autor detalha momentos de sua trajetória de vida, relacionada à Livraria Cultura. O livro também detalha a chegada de sua família ao Brasil e detalhes da fuga de seus ascendentes durante a Segunda Guerra Mundial. 

O velório do empresário está programado para quarta-feira (20), às 10h, no Cemitério Israelita do Butantã.

Foto destaque: Pedro Herz faleceu aos 83 anos (Reprodução/ Bruno Pimentel/ Metrópoles)

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