Nesta terça-feira (8), o Parlamento venezuelano, dominado por deputados chavistas, aprovou um acordo solicitando ao presidente Nicolás Maduro que encerre as relações diplomáticas com a Espanha. Essa decisão foi uma reação aos questionamentos feitos por congressistas espanhóis sobre sua reeleição, a qual a oposição considera uma fraude.
Impasses diplomáticos na Venezuela
Até agora, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, alinhado à posição da União Europeia, solicitou a divulgação das atas eleitorais das eleições, mas não reconheceu Edmundo González como presidente eleito devido a questões diplomáticas. Desde 8 de setembro, González está asilado na Espanha após uma ordem de prisão emitida pela Justiça venezuelana contra ele.
O pacto concentrou-se na desaprovação da resolução assinada por parlamentares espanhóis que solicitaram ao governo de Pedro Sánchez, de orientação esquerdista, o reconhecimento do opositor Edmundo González Urrutia como o vencedor das eleições de 28 de julho.
Edmundo González em campanha (Foto: reprodução/GettyImages Embed/Alfredo Lasry R)
Tensões e conflitos na Venezuela
A Assembleia venezuelana declarou categoricamente inaceitável a lamentável resolução aprovada pela direita fascista do Congresso de deputados da Espanha e exigiu respeito pela reeleição de Maduro.
“A paciência tem um limite e fomos pacientes”, disse Rodríguez, que já havia trazido uma proposta no dia 11 de setembro, data da aprovação da resolução pelo congresso Espanhol.
A oposição venezuelana, chefiada por María Corina Machado, reivindica a vitória de Edmundo González, de 75 anos, com base em 80% das atas eleitorais coletadas pela oposição e disponibilizadas em um site.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que está alinhado ao governo, declarou Maduro vencedor de um terceiro mandato consecutivo, mas não divulgou a apuração detalhada, alegando que foi vítima de um ataque cibernético.
Uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que também apoia o presidente Maduro, confirmou a vitória do mandatário de esquerda e impediu a divulgação das atas eleitorais. A reeleição de Maduro provocou protestos que resultaram em 27 mortes, 192 feridos e mais de 2.400 prisões.
Foto destaque: Presidente Venezuelano Nicolás Maduro (Reprodução/Gettyimages Embed/Pedro Rances Mattey)