A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, acusando-os de orquestrar e executar uma tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022.
A denúncia, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, descreve crimes como a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa armada.
Detalhes da denúncia e os envolvidos
Segundo a PGR, Bolsonaro e seus aliados teriam formado uma organização criminosa com a intenção de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os denunciados, estão nomes de destaque do governo anterior, como o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
A denúncia revela que o grupo teria planejado ações como a criação de decretos para instaurar um estado de defesa e tentado cooptar militares para apoiar o movimento golpista.
Além disso, a PGR afirma que, após a derrota nas urnas, Bolsonaro e seus aliados espalharam informações falsas sobre a integridade das eleições, com o intuito de deslegitimar o processo eleitoral e criar condições para uma ruptura institucional.
Essas ações culminaram nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
PGR denuncia Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/Band)
Repercussão e próximos passos
A denúncia da PGR representa um marco na política brasileira, sendo a primeira vez que um ex-presidente é formalmente acusado de tentar subverter a ordem democrática. O STF analisará nos próximos dias a admissibilidade da denúncia. Caso seja aceita, Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus e responderão a um processo criminal.
Em sua defesa, Bolsonaro negou envolvimento em qualquer tentativa de golpe e afirmou ser alvo de perseguição política. Se condenado, o ex-presidente poderá enfrentar penas que, somadas, superam 40 anos de prisão.
Foto destaque: Jair Bolsonaro (reprodução/olhardigital)
Matéria por Yasmin Souza (In Magazine)
