O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), notificou Israel para que cessem os excessos de violência entre colonos israelenses e palestinos que está ocorrendo na Cisjordânia, principalmente na parte ocidental de Jerusalém. Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (27), foi verificado o uso abusivo de táticas militares, além de força descomunal e políticas discriminatórias, como restringir circulação de palestinos em certos lugares desde o início do conflito em Gaza, em 7 de outubro, entre Israel e o grupo Hamas.
Pontos principais do relatório
Desde o dia 7 de outubro quando começaram os conflitos na Faixa de Gaza, entre Israel e o Hamas, o relatório da ONU aponta que houve um aumento na violência entre colonos israelenses e palestinos na Cisjordânia, inclusive em Jerusalém Oriental, área ocupada majoritariamente por árabes de origem palestina.
Além de pedir o um cessar imediato para o uso em excesso de armas para manter a ordem na Cisjordânia, há indícios de que Israel tem cometido prisões arbitrárias de palestinos, maus-tratos e não restringindo a população local se deslocarem livremente.
Colonos israelenses tem entrado em conflito contra palestinos na Cisjordânia (Foto: reprodução/X/@Reuters)
Números aumentaram após outubro
O relatório informa que desde 7 de outubro, quando houve o ataque do grupo Hamas à civis israelenses na fronteira com Gaza, houve um aumento na violência na Cisjordânia, onde até dia 27 de dezembro, 300 palestinos morreram, sendo 79 crianças. Os colonos foram responsáveis por oito dessas mortes e as forças israelenses de segurança, pelo menos 291 mortes. Antes de outubro, o número contabilizado de mortes de palestinos era de cerca de 200 vítimas fatais.
Prisões arbitrárias a jornalistas
A ONU também identificou que 40 jornalistas foram presos na Cisjordânia Ocidental, ocupada por Israel e na parte oriental de Jerusalém. Segundo o relatório, alguns desses jornalistas foram forçados a tirar a roupa, foram vendados e amarrados e presos em árvores pelas pernas e braços, por longas horas. Ainda segundo o formulário, eles foram pisoteados na cabeça, cuspidos, insultados e houve casos de estupro.
Atos como queima das oliveiras tem preocupado a ONU, segundo relatório divulgado (Foto: reprodução/X/@Reuters)
Colonos também agem
Os colonos que ocupam áreas do território da Cisjordânia estão em amplo conflito contra os palestinos que por ali vivem. Somente a partir de outubro, houve um aumento substancial de ataques partindo dos israelenses, como incêndios a propriedades, derrubada das oliveiras, que usam do consumo da azeitona para produção de azeite e consumo próprio.
O relatório apontou que há uso de armas de fogo para a expulsão de palestinos de suas terras, além de envenenar a plantação, deixando assim toda a população local impedida de obter renda e muitos também utilizam da agricultura para consumo próprio. Por fim, Volker Türk, comissário da ONU responsável pela publicação do registro, a intensidade da violência na qual a região vem sofrendo não é vista a anos e que é perturbadora, pedindo assim o fim imediato dos atos hostis.
Foto Reprodução: violência aumentou na Cisjordânia após início do conflito entre Israel e Hamas (Reprodução/X/@Reuters)