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Número de casos de violência patrimonial aumenta no Rio de Janeiro

Pesquisa publicada pelo Instituto de Segurança Pública revela que 9.328 vítimas de violência patrimonial registradas no estado em 2022, 64,7% era composta por mulheres

05 Dez 2023 - 11h21 | Atualizado em 05 Dez 2023 - 11h21
Número de casos de violência patrimonial aumenta no Rio de Janeiro Lorena Bueri

Segundo o Dossiê da Mulher 2023, produzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), orgão vinculado ao governo do estado, o Rio de Janeiro registrou alta nos casos de violência contra mulher, inclusive em um tipo não muito discutido: a patrimonial. De acordo com o documento, a violência patrimonial aumentou 11,7% em 2022 se comparado ao ano anterior. Pelo segundo ano consecutivo, houve um aumento dessa forma de violência no estado do Rio de Janeiro.

Além da violência física, a Lei Maria da Penha também enquadra como violência a patrimonial, psicológica, moral e sexual. 


Gráfico mostra mulheres vítimas de violência patriomonial por regiões do estado (Foto: reprodução/Dossiê Mulher 2023)


A violência patrimonial, prevista no artigo 7, é caracterizada pela privação dos bens, instrumentos de trabalho, valores ou recursos econômicos e pertences e documentos como forma de manter a mulher presa à relação, dentro dessa dinâmica de violência.

“Algumas formas de violência contra a mulher são bem menos divulgadas, como é o caso da violência patrimonial. Por isso, a exposição desses dados é tão importante, não apenas para o direcionamento de políticas públicas, com base em evidências, e para o acolhimento das mulheres, mas também para mostrar que essas ações não são normais e precisam ser denunciadas”, é o que afirma a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, ao jornal O Globo.

Naiara Azevedo denunciou ex-marido

O caso da cantora e ex-BBB Naiara Azevedo, que denunciou o ex-companheiro, Rafael Cabral, na madrugada do último sábado (2), ilustra bem a situação e dá destaque ao tema, encorajando outras vítimas a procurarem ajuda.

Em entrevista ao Fantástico, a cantora revelou que o marido lhe dava apenas mil reais por mês. "Os dois primeiros anos de minha carreira, com maior faturamento, de 4, 5, 7 milhões, sabe quanto eu tirava por mês? Mil reais. Ele dizia: 'Para que você quer dinheiro, você tem tudo. Mil reais não dá pra você viver?'. Eu não tinha acesso a nada”, relatou Naiara.


"É uma coisa muito difícil. Não julgo quem passa por uma situação abusiva", diz Naiara ao Fantástico (Foto: reprodução/Fantástico/ O Globo)


Denuncie a violência

Além da opção de ligar para o 190 em situações de emergência, a vítima pode procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) ou um Centro Especializado de Atendimento à Mulher.

Outra ferramenta importante é o aplicativo Rede Mulher, gratuito e desenvolvido pelo Governo do Estado em parceria com a PM. Nele, além da mulher encontrar informações sobre como solicitar pedido de medida protetiva e uma lista com os endereços dos centros especializados de atendimento à mulher em todo estado do Rio, há também a possibilidade de fazer um registro de ocorrência online.

 

Foto destaque: mulheres protestam contra violência de gênero (Reprodução/Bruno Santos/FolhaPress)

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