Nesta terça-feira (7), a Meta, dona do Facebook e Instagram, divulgou o fim da checagem de fatos em suas plataformas através de um comunicado divulgado nas redes sociais de Mark Zuckerbeg. Agora, a big tech utilizará notas de comunidade, uma ferramenta de moderação coletiva de conteúdo, similar ao formato de funcionamento do Wikipédia e utilizada no ‘X’, rede social sob comando de Elon Musk.
Para Zuck, a medida reduz a “quantidade de posts e contas de pessoas inocentes que, acidentalmente, derrubamos" e minimiza o tendenciosismo político que, segundo ele, destrói mais a confiança do que cria.
Mark Zuckerberg anuncia notas de comunidade nas plataformas da Meta (Vídeo: reprodução Instagram/@zuck)
Saiba como funcionará
As notas de comunidade ficarão disponíveis para publicações com potencial enganoso, que anteriormente era censurado automaticamente pela plataforma ao localizar informações falsas ou de caráter violento. No ‘X’, este método funciona sob a chancela de outros usuários. Um voluntário propõe a correção da nota, outros avaliam se é pertinente e, caso haja uma resposta positiva, a nota é revelada abaixo da postagem.
Segundo a plataforma, a proposta é tornar a rede um local mais inclusivo e permitir que as pessoas usem-na para se expressar. Em comunicado enviado ao g1, o vice-presidente de assuntos globais da Meta, Jeol Kaplan, disse: "Permitiremos que as pessoas se expressem mais, eliminando restrições sobre alguns assuntos que são parte de discussões na sociedade e focando a moderação de conteúdo em postagens ilegais e violações de alta severidade".
Mas e os riscos?
A busca ou a reprovação de informações falsas, com este método de avaliação, depende apenas dos usuários. Ou seja, se majoritariamente as pessoas disserem que o conteúdo é certo, assim será considerado. Válido também para o contrário. Mas após o Facebook ter uma ferramenta de checagem disponível em mais de 26 línguas, considerar “menos parcial” a opinião coletiva pode parecer loucura.
Segundo a diretora americana da Rede Internacional de Fact-Checking (IFCN, em inglês), "os checadores nunca demonstraram parcialidade em seu trabalho”. Ela acredita que essa crítica vem de pessoas que não gostariam de ser contraditadas e, muito menos, refutadas em suas mentiras. Para o confundador da Rede, Bill Adair, ouvir Mark Zuckerberg destinar ataques aos checadores só reforça o clima de pressão política pairando sob o ar, principalmente após Trump ter acusado a empresa de ser progressista nos últimos anos.
Foto destaque: Mark Zuckerberg anuncia fim da checagem de fatos em suas plataformas (Reprodução Getty Images Embed/ Bloomberg)