A cidade de Nova York pagará uma indenização de 17,5 milhões de dólares para encerrar um processo de duas norte-americanas muçulmanas que afirmaram que a polícia violou seus direitos após prendê-las e forçá-las a remover seus hijabs (véu sobre a cabeça, utilizado por mulheres muçulmanas) — antes de serem fotografadas.
A decisão foi de multa foi oficializada sexta-feira (5), na corte federal de Manhattan, mas depende de aprovação da juíza distrital Analisa Torres. O valor total do processo, pode chegar a 13,1 milhões de dólares, mas podem subir se o total de mais de 3.600 pessoas que supostamente teriam sofrido com a mesma situação, estariam elegíveis à indenização, se protocolarem suas queixas.
Mulheres usam lenços com a bandeira americana em um evento na Prefeitura para o Dia Mundial do Hijab em 1º de fevereiro de 2017 na cidade de Nova York (Foto: reprodução/Getty Images embed)
Um protocolo anterior
O acordo atual, encerrará um processo de 2018, aberto pelas muçulmanas Jamilla Clark e Arwa Aziz, que afirmavam contrangimento ao sofrer um trauma quando precisaram remover seus hijabs quando foram fichadas em Manhattan e no Brooklyn. Ambas haviam sido presas por supostamente terem violado ordens de proteção, caso foi negado por elas.
Em 2020, polícia de Nova York respondeu o processo, e concordou que homens e mulheres poderiam usar os aparatos religiososos ao serem fichados, contanto que seus rostos estivessem à mostra.
O uso do hijab
Para cobrir os cabelos, e o corpo feminino, as mulheres muçulmanas usam o hijab - um véu por cima da cabeça. O adereço é símbolo cultural, religioso e de identidade, talvez o mais conhecido símbolo do islã, e é utilizado de diferentes formas.
Muitas mulheres muçulmanas utilizam, por escolha própria. No entanto, muito se acredita no Ocidente, que as mulheres sejam obrigadas a usar, porém, ele é obrigatório em alguns países somente, entre eles o Irã. No país, desde a revolução de 1979, o uso do hijab é compulsório para todas as mulheres, muçulmanas ou não. Por outro lado, países como França, Bélgica e Holanda proíbem o uso do véu em locais públicos.
A vestimenta é citada no livro sagrado do islamismo, o Alcorão. Além disso, acredita-se que Maomé, o profeta mais importante da religião, teria pedido para suas esposas que usassem o véu. No caso, ele serviria como forma de diferenciação entre suas esposas, e demonstraria seu status.
Foto destaque: protestantes nos EUA, defendendo os direitos dos muçulmanos (Reprodução/Getty Images Embed/Spencer Platt)
