Nesta segunda-feira (03), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou ainda acreditar que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode ser firmado.
Durante sua visita à Berlim, ao lado do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, Lula comentou com a imprensa europeia suas expectativas quanto a assinatura do acordo. O presidente declarou que não irá desistir “enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o ‘não’ de todos”.
“Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos", afirmou Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Lula, a reunião da cúpula do Mercosul, que ocorre nos dias 6 e 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, pode ser crucial para a negociação do acordo.
Lula conversa com imprensa alemã ao lado de Olaf Scholz. (Reprodução/GloboNews).
Países divergem
A Alemanha, assim como a futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, apoia a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Olaf Scholz disse, nesta segunda-feira (04), que está empenhando “esforços especiais” para que o acordo seja concluído.
O presidente da França, Emmanuel Macron, no entanto, se mostrou contrário ao acordo, o qualificando como “antiquado".
“Sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar”, esclareceu Macron em coletiva de imprensa deste sábado (02).
Acordo de livre comércio
O acordo comercial entre Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e União Europeia é negociado desde 1999. Apesar das discussões acerca terem sido interrompidas em 2004 e retomadas em 2010, o acordo de livre comércio foi fechado em 2019. No entanto, o texto ainda deve ser ratificado e segue em fase de revisão.
Foto destaque: presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Reprodução/Cristiano Mariz/O Globo).