Uma mulher trans foi espancada por pelo menos quatro homens ao sair de seu trabalho. A vítima tem 34 anos, é faxineira e estava saindo de uma das casas na qual trabalha quando foi, de repente, abordada, agredida verbal e fisicamente pelo grupo.
Segundo fontes, a mulher foi abordada nas redondezas do Conjunto IAPI e iniciou-se uma série de ataques verbais a ela. Entretanto, como a vítima pareceu “não se importar” com os ataques e não tomou nenhuma atitude reativa, os agressores resolveram partir então para uma atitude mais drástica: o espancamento.
A advogada da vítima, Cristiane Marra, disse que foram ditas frases como “você não deveria existir”, "você é uma aberração da natureza", "você deveria morrer" e uma série de ataques verbais e extremamente preconceituosos. Cristal, suposta identidade da vítima, não conhece os agressores e costuma frequentar e trabalhar nessa região com tranquilidade, de acordo com Cristiane.
Segundo relatos, a vítima saiu do local com muitos machucados e a boca sangrando após receber inúmeros chutes e socos violentos na cabeça e em diversas outras partes do corpo.
Para o programa Em Ponto, da GloboNews, Cristal disse que seu maior medo é “ser morta. Ser mais uma vítima e ficar por isso mesmo”. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans e, por isso, o medo de Cristal é totalmente compreensível.
Cristal relata espancamento (Foto: Reprodução/GloboNews)
Três dias depois do ocorrido, foi feito um boletim de ocorrência e exame de corpo delito. Cristiane, a advogada, disse que as investigações estão só no início, porém, ela tem vídeos da agressão e testemunhas para que os agressores não saiam impunes.
A homofobia e transfobia são crimes no Brasil desde junho de 2019. A pena pode ser de até três anos de reclusão, além do pagamento de multa para quem comete atos preconceituosos contra pessoas trans ou homossexuais.
Foto: Mulher trans sendo agredida em BH - Reprodução/Redes Sociais