No sábado passado (6) Maria Julia de Camargo Adriano, uma menina paranaense de apenas 8 anos, faleceu após um episódio de acidente vascular cerebral (AVC), segundo o site G1. Esse trágico acontecimento destaca-se pela sua excepcionalidade, chamando a atenção da comunidade médica devido à infrequência desse tipo de incidente em crianças.
Gravidade do quadro
Maria Julia encontrava-se na rede de sua residência em Ribeirão do Pinhal (PR) quando manifestou desconforto de cabeça e desmaiou. Seus pais, agindo prontamente, a conduziram ao hospital local, onde a equipe médica identificou um sangramento no cérebro. A celeridade no diagnóstico revelou-se como algo essencial para iniciar os primeiros cuidados.
Dada a seriedade do quadro, a criança foi encaminhada ao hospital de Bandeirantes para realizar uma tomografia. Os resultados apontaram um sangramento cerebral, o que exigiu sua internação imediata na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Londrina.
Maria Julia foi internada no HU de Londrina, mas não resistiu ao AVC (Foto: reprodução/Gustavo Carneiro/Arquivo FOLHA)
Fatalidade e laudo médico
A neurologista Adriana Moro esclareceu que identificar AVC em crianças é incomum, sendo mais frequente na fase adulta. Destacou que, usualmente, o AVC em adultos está vinculado as condições sistêmicas associadas ao estilo de vida, como diabete, obesidade e tabagismo. Fatores que não são comuns em crianças. Contudo, em circunstâncias excepcionais, pode haver correlação com irregularidades na formação estrutural do corpo infantil.
Adriana Silva Adriano, tia de Maria Julia, assegurou que não existia qualquer condição prévia conhecida na criança, e os profissionais de saúde classificaram o acontecimento como uma fatalidade. O laudo médico esclareceu que o AVC foi desencadeado por um aneurisma, uma dilatação nos vasos sanguíneos, que se rompeu e se disseminou pelo cérebro.
Maria Julia era conhecida por sua alegria, saúde e dedicação aos estudos. Seu sonho de se tornar veterinária a acompanhava enquanto se preparava para iniciar o terceiro ano do Ensino Fundamental. A triste notícia de seu falecimento deixou a família em luto e a cerimônia de sepultamento realizada na terça-feira, reuniu amigos e familiares em uma despedida.
Alerta sobre AVC e dados estatísticos
Prevenir o AVC, desencadeado pelo entupimento ou rompimento dos vasos cerebrais, é viável na maioria dos casos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) pede que as pessoas se atentem a fatores como hipertensão, colesterol, peso, problemas cardíacos, diabete, estresse e depressão. Adotar um estilo de vida com atividade física regular, alimentação saudável, abstenção do tabagismo e redução do consumo de álcool são passos importantes na prevenção da doença.
Os registros do Ministério da Saúde mostram um aumento expressivo, quase 40%, nas internações por AVC no Brasil nos últimos nove anos. Esses dados ressaltam a importância de medidas preventivas e uma conscientização mais ampla sobre a saúde cerebral.
Foto Destaque: a paranaense Maria Julia de apenas 8 anos falece após ser vítima de um raro tipo de AVC (Reprodução/Arquivo Pessoal/G1)