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Maioria do STF condena Zambelli a 10 anos de prisão e à perda de mandato por invasão ao CNJ

Moraes, Dino e Zanin votaram para condenar o hacker Delgatti à prisão e a pagar multa de R$2 milhões a ser dividida com Zambelli; Carmem e Fux ainda votarão

09 Mai 2025 - 07h54 | Atualizado em 09 Mai 2025 - 07h54
Maioria do STF condena Zambelli a 10 anos de prisão e à perda de mandato por invasão ao CNJ Lorena Bueri

Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram igualmente pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti, formando assim já a maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nas votações de sexta-feira (9). Embora ainda faltem os votos de Cármen Lúcia e Luiz Fux, a deputada deverá mesmo ser condenada a 10 anos de prisão, perder o mandato de parlamentar e ainda ter de pagar multa de R$2 milhões por danos moral e coletivo. Quanto à pena imposta a Walter Delgatti pelos três ministros, além de ele ter de dividir com Zambelli o valor da multa aplicada, o réu também foi condenado a 8 anos e três meses de cadeia.

O julgamento, iniciado na sexta (09), ocorreu no plenário virtual e a estimativa é de que termine até o dia 16 de maio. Zambelli e Walter Delgatti (vulgo “Vermelho” na época da “Vaza-Jato”) são réus em processo julgado pelo STF, no qual os dois são acusados de invasão a dispositivo informático, falsidade ideológica e pela suspeita de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Crime atribuído a Carla Zambelli

Na mesma época da invasão ao Conselho Nacional de Justiça, em janeiro 2023, foi emitido um falso mandado de prisão contra Moraes. No documento dizia: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.

Além disso, um recibo de bloqueio de R$22,9 milhões em bens do ministro também foi feito. Isto é, exatamente o mesmo valor correspondente à multa que o juiz havia imposto ao partido PL, o mesmo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, por ter feito críticas ao sistema eleitoral.

Posicionamento de Alexandre de Moraes

Ao votar, o ministro foi taxativo sobre os crimes imputados à deputada Carla Zambelli. "Demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente, na busca de atingir instituições basilares do Estado Democrático de Direito, em especial o Poder Judiciário", afirmou o Moraes, relator do processo.

Para o ministro, o hacker Delgatti agiu a mando de Zambelli, ao inserir pelo menos 16 documentos considerados falsos no sistema do CNJ. A acusação sustenta que esses documentos foram inseridos em 13 invasões diferentes.


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O ministro do STF, Alexandre de Moraes, em sessão no Supremo, em Brasília (Foto: reprodução/Ton Molina/Bloomberg via Getty Images Embedded)


O ministro ainda associou esse episódio, ocorrido no dia 4 de janeiro de 2023, aos acontecimentos do famigerado 8 de janeiro do mesmo ano — quando pessoas vandalizaram os prédios públicos Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal em Brasília. O relator também alegou que a proximidade entre as datas não é coincidência.

"A invasão dos sistemas judiciários, a inserção de documentos falsos e a divulgação desses eventos na mídia constituem parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização institucional, cujo ápice se materializou nos eventos de 8 de janeiro", avaliou o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

O que diz a denúncia da PGR

Segundo a versão da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada Carla Zambelli e Delgatti são autores na elaboração e inclusão de diversos documentos, alegados pela acusação como falsos, no sistema do CNJ.

De acordo com a PGR, Carla ordenou que Delgatti inserisse no sistema do CNJ, um mandado de prisão falso para o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes; uma ordem de bloqueio patrimonial em nome do próprio Moraes. Foram esses atos que ensejaram a denúncia da PGR, na qual acusa os dois de terem invadido o dispositivo informático e de falsidade ideológica.

Defesa da deputada

Conforme publicado em matéria do site do Jornal “O Globo”, por meio de uma nota, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, disse que considera o julgamento e a condenação injustos, uma vez que não há provas irrefutáveis que sustentem a decisão dos ministros. Bialski disse também que sua cliente desconhecia os fatos. A defesa da deputada também se posicionou de forma contrária ao fato de o julgamento ter ocorrido de forma virtual, classificando isso como inadmissível.

O advogado de Carla Zambelli pediu absolvição de sua cliente e imputou os atos criminosos unicamente a Walter Delgatti. De acordo com o advogado da deputada, o hacker eximiu-se da autoria e a culpabilizou.

"A inserção de mandado de prisão é produto da conduta individual e isolada do corréu que invadiu o sistema do BNMP e inseriu o documento ideologicamente falso para, posteriormente, enviá-lo à suplicante na tentativa de se autopromover, como já fez anteriormente. Em nenhum momento, a suplicante determinou, comandou, instigou ou solicitou que ele assim agisse", afirma a defesa formalizada da deputada Carla Zambelli.

A parlamentar utilizou seu perfil na rede social X para mostrar aos seus eleitores e ao público aberto em geral a nota oficial completa redigida pela sua defesa:


Nota oficial redigida pela defesa da parlamentar condenada à prisão, Carla Zambelli (reprodução/X/@Zambelli2210)


Já a defesa de Delgatti pediu aos ministros a redução da pena para seu cliente, sob a alegação de que o réu colaborou com as investigações. Apesar de ter admitido os fatos ocorridos, o hacker Walter Delgatti responsabilizou a deputada o tempo todo.


Foto Destaque: a imagem da deputada federal Carla Zambelli (Reprodução/@inaciojuliana1/X)

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