Na manhã de hoje (31), foi retomado o julgamento em júri popular dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. O julgamento que começou ontem (30), contou hoje com a promotoria pedindo a condenação em todos os quesitos e afirmando que ambos só fizeram acordo de delação premiada, pois ambos já sabiam que seriam descobertos pela operação e queriam a redução de suas penas por conta da colaboração com a justiça.
"Até ontem, até outro dia, os dois estavam aqui negando todas as imputações. (...) Então, que arrependimento é esse?", afirmou o promotor ao defender que os acusados sejam condenados em todos os quesitos
Os quesitos são as perguntas que a juíza do caso fará ao júri para que os jurados decidam se os réus serão condenados ou absolvidos em cada um dos crimes cometidos pela dupla.
Promotor afirma que Lessa e Queiroz são sociopatas
O promotor de justiça Fábio Vieira foi o segundo a falar pela acusação durante esta quinta-feira, afirmou em sua impressão que o arrependimento apresentado pelos réus é uma farsa e complementou afirmando que ambos não têm sentimento, empatia ou qualquer outro tipo de sentimento pelas pessoas. Completando seu relato, o promotor afirmou ainda que o único sentimento que eles têm é tristeza por serem pegos e serem punidos pelo crime.
Ronnie Lessa foi ouvido no julgamento por videoconferência ontem (30) (Foto: reprodução/Felipe Cavalcanti/TJRJ)
Os réus foram ouvidos na quarta-feira (30), no Tribunal do Júri. O depoimento de Ronnie Lessa teve destaque pela frieza e naturalidade que falou da execução do crime e de momentos que antecederam a execução e as estratégias para atingir Marielle na cabeça com tiros de submetralhadora.
Este não será o único julgamento do caso
O caso Marielle ainda segue sendo investigado. Apesar de já se saber quem são os executores do crime, agora os mandantes e os motivos do crime devem ser conhecidos em breve.
A investigação segue no Supremo Tribunal Federal após a prisão do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão e de seu irmão e deputado federal pelo União Brasil Chiquinho, que por esse motivo tem foi privilegiado.
Ambos foram presos em março deste ano em operação da Polícia Federal. Além dos irmãos Brazão, também foi preso o delegado Rivaldo Barbosa, que foi o primeiro delegado do caso Marielle, sob a acusação de planejar o crime e atrapalhar as investigações.
Foto destaque: Vereadora Marielle Franco foi assassinada em 2018 (reprodução/Nunah Alle/Mídia NINJA/Flickr)