Em seu primeiro dia de compromissos em Pequim na China, o presidente Lula discursou em uma reunião para uma plateia de empresários brasileiros e chineses e afirmou "Se depender do meu governo e da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis. A nossa relação será indestrutível", e ainda elogiou a postura dos chineses no comércio internacional.
Além disso, o presidente aproveitou o espaço para criticar o tarifaço imposto por Donald Trump. Segundo ele, esse tipo de medida protecionista representa uma ameaça ao equilíbrio do comércio internacional e pode intensificar tensões entre os países.
Lula defendeu o multilateralismo como caminho fundamental para manter relações comerciais justas e estáveis no cenário global. Em seu discurso, ele afirmou que não concorda com a tentativa do ex-presidente norte-americano de impor, de forma abrupta, uma política de taxação global. Para Lula, foi o diálogo entre nações e o fortalecimento de acordos multilaterais, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, que permitiram décadas de cooperação entre os Estados — e não o fechamento de mercados.
Investimentos da China no Brasil
Durante sua visita a Pequim, o presidente Lula anunciou que a China fará investimentos superiores a R$ 27 bilhões no Brasil. Os recursos serão destinados, principalmente, aos setores de infraestrutura e tecnologia. Além disso, a área da educação também será beneficiada, já que será necessário qualificar mão de obra para atender às novas demandas e assegurar o funcionamento da cadeia de suprimentos que será gerada por esses projetos.
Post oficial de Lula em reunião em Pequim (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)
Lula busca ampliar vendas do Brasil à China
Em meio à disputa comercial entre China e Estados Unidos, o Brasil tenta ocupar o espaço deixado por produtos americanos no mercado asiático. Itens como carne de frango, carne suína, sorgo e frutas brasileiras despontam como apostas para ampliar as exportações ao país asiático. A forte presença do agronegócio na comitiva presidencial reflete essa estratégia: dos quase 200 empresários que acompanham o presidente Lula na visita à China, mais de 150 representam o setor, que vai da tradicional soja à proteína animal. Com a imposição de tarifas pelos EUA, cresce o interesse chinês por novos fornecedores. “Há empresários em fase de prospecção e outros mais avançados, que podem fechar acordos comerciais durante a viagem”, afirmou Rua - secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil.
Foto destaque: Lula e Xi Jinping em encontro na China em 2023 (Reprodução/Getty Imagens Embed/Pool)