O novo governo sírio tem um grupo de simpatizantes jihadistas que estão promovendo uma limpeza étnica contra os alauítas, que são uma minoria no país. Para descarte das evidências dos crimes, estão usando o mar e ateando fogo nos corpos das vítimas. Até o momento, cerca de 1.000 pessoas foram vítimas no território que pertencia ao ex-ditador Bashar al-Assad e que é povoado por militares alauítas.
Em entrevista à TV aberta no último domingo (09), o porta-voz da Federação Alauíta na Europa afirma que a desova e carbonização dos corpos são para fazer parecer que nada aconteceu e que são apenas problemas pessoais. Merk pede que haja uma intervenção internacional urgente, pois essa limpeza étnica é categorizada como genocídio.
Vítimas
Segundo dados do Observatório Sírio, entre os dias 06 e 09 de março, foram mortas cerca de 1.000 pessoas, das quais aproximadamente 745 eram civis. Para o porta-voz Marck, o número de vítimas é bem maior do que o contabilizado, pois as mortes começaram após fim do confronto entre tropas leais a Assad e integrantes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Ainda segundo Marck, que revela na entrevista, ele acredita que as mortes estão sendo causadas por um grupo simpatizante ao novo governo e que é possível até mesmo a participação das tropas governamentais.
Marck se resguarda ao dizer se o ato se caracteriza como genocídio, por não ser um especialista na questão; entretanto, assegura que, se os atos forem motivados por crenças, as evidências serão suficientes para a caracterização.
Posição do Líder Sírio
Diante dos acontecimentos, o presidente interino da Síria, Sharaa, veio às redes para assegurar que uma comissão independente irá investigar os massacres aos civis e que os responsáveis serão punidos pelo "derramamento de sangue".
Governo sírio clama vitória contra apoiadores de Assad (video reprodução/Youtube/ @jovempannews)
Os atos de violência estão sendo observados por todo o mundo e, ainda no último domingo, os Estados Unidos e a Rússia pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião com as portas fechadas nesta segunda-feira (10) para discutirem a escalada da violência no país.
Foto destaque: celebração da queda do regime de Assad (reprodução/ONU/Gaith Sabbagh)
