O Brasil está prestes a passar por uma mudança climática significativa. A La Niña está prevista para substituir o El Niño a partir de julho deste ano. Essa transição trará um alívio bem-vindo para o calor escaldante que tem afetado o país. Desde setembro de 2023, o Brasil vem quebrando recordes de temperatura mensais.
Sobre a La Niña
A La Niña é um fenômeno climático global causado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Tropical. Ao contrário do El Niño, que traz temperaturas mais quentes, a La Niña tende a resultar em temperaturas mais amenas e em frentes frias mais intensas e prolongadas. No entanto, assim como o El Niño, a La Niña também pode causar anomalias climáticas, como secas e chuvas torrenciais, impactando diversas regiões do mundo.
Previsões para o Brasil
Com a chegada da La Niña, há expectativa de que o semiárido brasileiro receba chuvas bem-vindas, trazendo alívio para uma região frequentemente afetada pela seca. O Norte do país também poderá experimentar um aumento na precipitação, especialmente no Amapá, o que pode beneficiar a agricultura e a disponibilidade de água na região.
Por outro lado, no Sudeste e parte do Centro-Oeste, a tendência é de redução do calor, especialmente durante a primavera, o que pode proporcionar um clima mais agradável para a população e ajudar a reduzir os impactos do calor excessivo na saúde e no bem-estar das pessoas.
Durante o verão, os modelos climáticos indicam uma menor probabilidade de ocorrência de calor intenso no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No entanto, existe a possibilidade de temperaturas acima da média em algumas áreas do Sudeste, o que pode exigir medidas extras de precaução para lidar com os efeitos do calor.
Previsão de 2024 a respeito da temperatura no Brasil (Foto: reprodução/Editoria de Arte/Cemaden)
Desafios e incertezas
Apesar das previsões atuais, a intensidade e a exata evolução do fenômeno La Niña ainda apresentam certa incerteza. Este padrão climático, caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, pode se manifestar em intervalos variáveis, geralmente entre dois a sete anos, com uma duração que costuma ser mais prolongada do que a do seu oposto, o El Niño.
É fundamental considerar também os impactos das mudanças climáticas globais, que podem influenciar na frequência e na intensidade desses fenômenos climáticos. Há evidências de que as La Niñas consecutivas estão se tornando mais frequentes, alternando-se com períodos de El Niño. Essa interação complexa entre a variabilidade natural do clima e as mudanças climáticas antropogênicas pode resultar em cenários climáticos futuros ainda mais imprevisíveis e extremos.
Foto Destaque: calor no Brasil atinge altas temperaturas (Reprodução/Tomaz Silva/Agência Brasil)