O líder norte-coreano, Kim Jong-un, proferiu um discurso nesta terça-feira (16), lançando um alerta contundente, declarando que, mesmo que a Coreia do Norte não esteja ativamente buscando a guerra, caso haja uma ocasião que ele considere necessária, o líder não pretende evitá-la. As declarações aconteceram durante uma sessão especial da Assembleia Popular Suprema, o Parlamento oficial do país, onde Kim também propôs uma emenda constitucional visando alterar o status da Coreia do Sul, separando-a como um Estado independente.
Líder da Coreia do Norte Kim Jong-un (Foto: reprodução/KCNA/Reuters)
Rejeição à unificação e acusações contra Seul
Kim Jong-un enfatizou que chegou à conclusão de que a unificação com o Sul não é mais uma possibilidade realista. Além disso, o líder norte-coreano acusou severamente Seul de buscar ativamente o colapso do regime norte-coreano, visando uma unificação por meio de absorção. Suas palavras foram enfáticas ao afirmar que não deseja uma guerra, porém ele informa que se houver uma tentativa de iniciar um conflito, não irá evitar e pretende revidar, conforme relatado pela agência de notícias estatal KCNA. Nesse contexto, Kim anunciou o encerramento de três organizações dedicadas à unificação e ao turismo inter-coreano.
O panorama na Península Coreana tem sido marcado por uma escalada de tensões, evidenciada por uma série de testes de mísseis conduzidos pela Coreia do Norte, juntamente com uma crescente pressão para reconfigurar décadas de política na relação com o Sul. Analistas especulam que o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano pode assumir o controle das relações com Seul, possivelmente preparando o terreno para justificar o uso de armas nucleares em um eventual conflito.
Possível risco de guerra na Península Coreana
Kim Jong-un solicitou que a Constituição norte-coreana para que eles considerassem a Coreia do Sul como o inimigo número um. Ao mesmo tempo, o líder norte-coreano alertou que uma guerra resultaria na completa destruição da Coreia do Sul e, consequentemente, os Estados Unidos teriam que lidar com esta derrota. Em recente relatório do projeto 38 Norte, que é um um site estadunidense dedicado a análises sobre a Coreia do Norte, dois especialistas declararam que a situação na Península Coreana é a mais perigosa desde o início de junho de 1950 e que isso pode acarretar em grandes preocupações para outros países. Porém, indo contra o pensamento de que as mudanças que Kim propôs podem causar um desastre, alguns observadores da política coreana creem que isso pode acarretar e representar uma adaptação à realidade geopolítica e, eventualmente, contribuir para a normalização das relações entre as duas Coreias.
Foto Destaque: Kim Jon-un fazendo pronunciamento (Reprodução/CNN Brasil)