Nesta terça-feira (19), em São Paulo, a Justiça soltou uma setença significativa relacionada a Rozilma Kreutzer, uma apoiadora declarada do presidente Jair Bolsonaro, que foi condenada por proferir críticas a Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais, imediatamente após a divulgação do falecimento de Arthur Araújo Lula da Silva, neto do então ex-presidente, em março de 2019.
O caso de Rozilma Kreutzer
Rozilma, que é conhecida como Rosi Otto nas redes sociais, expressou seu apoio a Jair Bolsonaro e publicou o seguinte post na ocasião: "Lamento, sim, a morte de Arthur, assim como lamento a morte de todas as crianças que o molusco matou por meio da corrupção."
No resultado do processo movido por Lula, Rozilma foi condenada em agosto do ano passado a pagar R$ 2.334,21 de indenização (valores atualizados, incluindo honorários advocatícios).
O juiz Fernando Domingues Ladeira destaca que em sua decisão o "texto atentou contra a dignidade de Lula, aproveitando-se da sua dor para buscar popularidade na internet".
A autoridade também afirma que Rozilma "maculou" a imagem de Lula ao conceder o crime de corrupção e o homicídio de crianças, argumentando que esse tipo de comportamento não se enquadra em uma liberdade de expressão e que a mensagem tinha o objetivo de intensificar a dor da perda do neto.
Luiz Inácio Lula da Silva entra em um carro para ir ao cemitério em São Bernardo do Campo onde seu neto, Arthur, foi velado. (Foto: reprodução/UOL)
Condenação e indenização
Após tomar conhecimento do processo, nas redes sociais Rozilma afirma que: "já não me importo mais se vou me prejudicar ou não. Não me importo mais com o que possa acontecer comigo. Já fui processada pelo 10-1 dedos. Se o meu presidente se arrisca, tenho o dever de apoiá-lo e me arriscar também. Não fui educada para ser covarde."
A Defensoria responsável pela defesa de Rozilma no processo, argumentou que a manifestação, de caráter puramente político, não teve a intenção de prejudicar a imagem do jovem falecido no triste episódio.
Foto Destaque: Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente do páis. Reprodução/CNN Brasil