A justiça de São Paulo decretou a prisão dos donos da escola particular Pequiá, após pais dos alunos e os professores denunciarem casos de maus-tratos e humilhações dentro da instituição.
Através de uma nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), informou que a polícia realizou uma investigação minuciosa nesta segunda-feira (26), para identificar e prender os donos da escola.
“A Polícia Civil realiza diligências para localizar e prender os responsáveis por uma escola infantil, investigada por maus-tratos, na Vila Mariana, após o Poder Judiciário atender ao pedido de prisão feito pela autoridade policial do 6º Distrito Policial", diz a nota oficial.
A situação só se tornou pública quando uma professora da escola conseguiu gravar o momento em que um dos alunos era amarrado a um poste pela camisa, relatando o acontecido na delegacia de Cambuci, na Zona Sul de São Paulo, onde a escola se encontra.
A professora chegou a citar para os agentes da polícia questões de humilhação, punições e até agressões quando os alunos não se comportavam da maneira que os donos queriam.
Escola particular infantil de São Paulo acusada de praticar maus-tratos contra crianças incluem “castigos” em salas escuras, gritos, humilhações e até falta de comida, segundo investigações preliminares da Polícia Civil. pic.twitter.com/iXrOcdx216
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) June 23, 2023
Vídeo gravado pela professora da escola. (Reprodução/Rede Onda Digital/Twitter)
A SSP informou que houve três boletins de ocorrência registrados contra a escola e os donos, e que 14 pessoas, entre pais e professores já foram ouvidos para dar prosseguimento na investigação.
O pedido de prisão temporária foi feito pelo delegado Fabio Daré, do 6º Distrito.
“Colocar uma criança de 1 ano e 8 meses dentro de um quarto escuro por horas. Colocar uma criança com incontinência urinária sentada num balde para urinar e defecar ali, para não sujar a escola. Colocar essa mesma criança num ralo para fazer as necessidades pessoais dela. Esses elementos me levam a crer que houve tortura na escola”, disse o delegado Daré.
Na sexta-feira (23), a advogada que representa o casal afirmou que os dois “negam veementemente as acusações, são totalmente inocentes.”
O casal responsável pela escola ainda não foi encontrado até as últimas notícias.
Foto destaque: Aluno amarrado em um poste pela camisa na escola. Reprodução/TV Globo