O Vale das Lágrimas, local em que um avião transportando 45 pessoas caiu no Chile, recebe, ao longo dos anos, várias expedições de turistas de todo o mundo. Os aventureiros buscam recriar e explorar o mesmo caminho que sobreviventes da tragédia trilharam para encontrar ajuda. Durante esses 51 anos, vários pertences foram localizados, mas muitos objetos ainda estão desaparecidos em meio à neve.
Em razão das condições extremas e os vários desafios presentes ao longo do percurso, objetos pessoais das vítimas e peças do avião permanecem no local.
Objetos encontrados
Todos os itens localizados pelas Forças Armadas ou pelas pessoas durante as expedições são destinados ao Museu dos Andes, no Uruguai. Ao longo dos anos, foram encontrados parte dos assentos, objetos de vestuário, como camisas e calças, capas dos assentos, entre outros.
Restos do avião que ficaram presos no gelo (Foto: reprodução/Wunabbis/ Wikimedia Commons/Aventuras na História)
Ricardo Peña, guia mexicano, comentou ao jornal Clarín que, em 2005, localizou o blazer de Eduardo Strauch, um dos sobreviventes, e também descobriu uma bolsa com US$ 100 e um passaporte.
Grande parte da fuselagem do avião permanece no local, assim como o trem de pouso dianteiro e partes da hélice e janelas, que ficaram enterrados no gelo.
Relembrando a tragédia
Em 13 de outubro de 1972, um avião uruguaio transportando o time de rugby com destino a Santiago, no Chile, despencou em uma região remota na cordilheira dos Andes. A aeronave levava 45 pessoas, e devido à queda, 12 pessoas morreram. O acidente foi ocasionado pelas péssimas condições climáticas e pelas decisões erradas tomadas pelos pilotos, que realizaram a descida antes do previsto.
Durante dez semanas, as vítimas da queda tiveram que lutar pela sua sobrevivência. Infelizmente, as condições extremas e a falta de suprimentos levaram 17 pessoas a não resistirem. Após alguns dias, os jovens conseguiram ligar um rádio e descobriram que as buscas estavam encerradas, pois as autoridades acreditavam que não havia sobreviventes. Parrado, um dos sobreviventes, decidiu que para salvar o restante do grupo era necessário que eles se deslocassem em busca de ajuda. Por isso, Canessa e Parrado percorrem 38 quilômetros para chegar a um vilarejo.
As autoridades resgataram os jovens após 72 dias da queda do avião, e 16 vidas foram salvas.
Foto Destaque: partes do avião e sobreviventes no filme "A sociedade da Neve" (Reprodução/Divulgação/Netflix/Correio24horas)