As Forças de Defesa de Israel, na terça-feira (17), divulgaram um vídeo como tentativa de comprovar que não estiveram envolvidas na explosão ocorrida no hospital Ahli Arab em Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza, sob controle do Hamas, declarou que o ataque resultou na morte de centenas de pessoas, e atribuiu a responsabilidade a Israel.
Declarações e evidências
Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, em uma coletiva online, explicou que a natureza da explosão indicava que o foguete não pertencia ao arsenal israelense. Além disso, destacou que, no momento do ataque, não havia operações militares israelenses na região.
Imagens reveladas mostram um ponto luminoso, que supostamente seria um foguete da Jihad Islâmica, perdendo altitude. Antes dessas imagens, um comunicado das forças israelenses já afirmava que não miravam hospitais e que a Jihad Islâmica teria sido a responsável pelo ataque ao hospital. Informações oficiais de Israel apontam que, desde 7 de outubro, aproximadamente 450 foguetes disparados de Gaza contra Israel caíram no território palestino.
Controvérsias e desmentidos
Israel divulgou, mas logo em seguida retirou, um vídeo que mostraria o momento do ataque. A retirada se deu após um repórter do jornal americano The New York Times apontar discrepâncias no horário da explosão e o horário mostrado nas imagens. Em resposta, o Exército israelense destacou que suas publicações são sempre verificadas.
Nota oficial e reações
Uma nota oficial de Israel atribui à organização Jihad Islâmica Palestina (JIP) a responsabilidade pelo lançamento malsucedido que atingiu o hospital. A Jihad Islâmica, por sua vez, negou envolvimento. O Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou que "terroristas selvagens" atacaram o hospital, e não as Forças de Defesa de Israel.
Veja imagens do ataque israelense ao hospital palestino (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)
O que é a Jihad Islâmica?
Fundada na década de 1980, a Jihad Islâmica, ligada ao Hamas, é reconhecida como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia. Ao longo dos anos, tem se responsabilizado por diversos ataques, e não reconhece a existência de Israel.
O contexto mais amplo
Desde 7 de outubro, o cenário tem sido tenso entre Israel e Hamas, com o lançamento de foguetes por parte do Hamas e a resposta militar de Israel. Relatos indicam que combatentes do Hamas invadiram Israel, causando mortes. Israel, em contrapartida, declarou guerra ao Hamas. Estima-se que 1.400 pessoas perderam a vida em Israel e cerca de 3.000 em Gaza desde o início desse conflito.
Foto Destaque: Homem em meio a destruição de prédio atacado por Israel na Cidade de Gaza/Reprodução/Mohammed Abed/AFP