Ao contrário do que acreditavam delegações internacionais, a guerra entre Israel e Hamas deve se prolongar “mais do que vários meses”, como indicou a fala feita pelo Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, nesta quinta-feira (14).
Principal aliado do país na guerra, os EUA demonstraram insatisfação com a declaração de Gallant, afirmando que desejam que a guerra termine o mais rápido possível. Esta é a primeira grande divergência entre as duas nações desde o início do conflito, em 7 de outubro.
EUA querem encerrar conflito
A fim de chegar a um acordo, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, desembarcou em Tel Aviv para se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Sullivam visa convencer Israel a diminuir a intensidade dos bombardeios, discutindo um cronograma para o fim de guerra.
No entanto, na reunião com o assessor estadunidense, Gallant afirmou que “o Hamas é uma organização terrorista formada há uma década para combater Israel e construiu infraestruturas subterrâneas e aéreas que não são fáceis de destruir. Isso levará tempo, mais do que alguns meses. Mas derrotaremos e destruiremos [o grupo]”.
Além da discordância em relação ao fim do conflito, Israel e EUA também não chegaram a um acordo sobre o futuro da Faixa de Gaza: enquanto EUA defendem a criação de dois estados — um palestino e outro israelense —, a linha radical de Israel se posiciona de forma contrária a essa resolução.
Israel está perdendo apoio internacional
Em declaração feita na última terça-feira (12), o presidente dos Estados Unidos Joe Biden informou que Israel está perdendo apoio internacional.
O presidente dos EUA Joe Biden (Foto: reprodução/Evelyn Hockstein/Reuters)
Apesar do alerta, Netanyahu não somente reiterou a intenção de seguir com o conflito, como intensificou os bombardeios contra a Faixa de Gaza.
Segundo o Ministério de Saúde de Gaza, o estado israelense deixou pelo menos 67 mortos em ataque na madrugada desta quinta-feira.
Números da guerra entre Israel e Hamas
Desde o início do conflito, mais de 20 mil pessoas foram mortas, sendo 18.787 palestinas. Desse número, a maioria são crianças e mulheres. Segundo a ONU, a grande parte dos palestinos está vivendo em barracas, e suprimentos como água, medicamentos e alimentos estão acabando.
Crianças palestinas aguardam em hospital após ataque israelense (Foto: reprodução/Instagram/@reuters)
Na quarta-feira (13), o chefe da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) Philippe Lazzarini afirmou que a população da Faixa de Gaza enfrenta o capítulo mais sombrio de sua história.
Foto Destaque: Faixa de Gaza sofre novos bombardeios israelenses (Reprodução/Instagram/@reuters)
