O procurador George Gascón, do condado de Los Angeles, reiterou nesta quinta-feira (24) que impetrará uma petição na Corte daquela cidade visando a redução das sentenças de Erik e Lyle Menéndez, condenados à prisão perpétua.
O motivo alegado
Em pronunciamento à imprensa, o responsável pelos casos dos irmãos Menéndez afirmou que decidiu pelo requerimento após revisar cuidadosamente a sentença em curso. Ele advoga que a pena seja reduzida para 50 anos, o que, na prática, tornaria os irmãos aptos à liberdade condicional: “Cheguei a um ponto onde acredito que, segundo a lei, a re-sentença é apropriada. Eles estão presos há quase 35 anos. Acredito que já pagaram sua dívida com a sociedade”, disse o procurador, não sem antes observar que os irmãos praticaram conduta reabilitativa na prisão.
Erik (E) e Lyle (D) Menendez conversam no tribunal durante audiência em Los Angeles (1995) (Foto: reprodução/Kim Kulish/Getty Images Embed)
O processo não é tão simples, pois um juiz precisa aprovar o pedido analisado antes por um promotor. Se a sentença corrigida for aprovada, os irmãos Menéndez precisarão estar diante da Junta de Audiências de Liberdade Condicional do Estado, para que esta delibere se estão aptos para terem a liberdade concedida. O juiz também precisa ouvir os familiares dos Menéndez, uma vez que alguns parentes apoiam a libertação de ambos, quando, no entanto, o tio Milton Andersen, irmão de Kitty, mãe dos dois, se opõe à liberação. O juiz poderá negar o pedido caso acredite que os irmãos ainda representam risco para a comunidade.
Nem todos concordam
Kathleen Cady, advogada de Milton, criticou a iniciativa de Gascón por não informar seu cliente do desenvolvimento do caso, declarando que o Sr. Milton Andersen crê que a justiça se fez quando o tribunal do júri considerou Erik e Lyle Menéndez culpados dos múltiplos assassinatos e o juiz os condenou à prisão perpétua, sem chances da condicional.
Os irmãos Lyle e Eric Menéndez ganharam as manchetes nos Estados Unidos em 1993, após serem acusados de assassinar seus pais em 1989. Os dois homens, que alegaram legítima defesa, foram condenados e permanecem na prisão.
Foto destaque: Julgamento dos irmãos Lyle e Erik Menéndez (1993) (reprodução/Ted Soqui/Getty Images Embed)