Nesta quarta-feira, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o homem filmado apontando uma arma para um jovem negro em frete a estação Carandiru é investigador da polícia civil, mas seu nome não foi divulgado. Nas filmagens, uma mulher que o acompanha, chama-o de Paulo ao defender o jovem. O policial foi identificado pela delegacia que atendeu à ocorrência, e Corregedoria da Polícia Civil investigará a conduta do investigador.
A SPP também informou que a policial militar no local e se negou a prestar atendimento ao presenciar a ação, responderá criminalmente por omissão, e diz que atitude da policial é grave. “Segundo o procedimento operacional padrão, ela deveria proteger a vítima, identificar a vítima e o autor, e encaminhá-los ao distrito policial”. A secretaria também acrescentou que “a inação dela foi muito grave e a própria repercussão do vídeo mostra isso”.
Toda a ação foi filmada pelo repórter fotográfico. (Reprodução/Ponte Denúncia)
Entenda o caso
No último domingo, (12), um repórter fotográfico filmou um homem apontando uma arma e ameaçando um jovem em frete à estação de metrô Carandiru, na zona norte de São Paulo.
Segundo o repórter, que preferiu não se identificar, o jovem foi acusado de roubo pelas pessoas presentes no local, e um tumulto se iniciou com algumas pessoas cercando o jovem. Então surge o homem identificado como investigador da Polícia Civil, com uma arma apontada para o garoto.
O policial estava acompanhado por uma mulher e duas crianças, que presenciaram toda a ação. A mulher chega a se colocar entre a arma e o garoto, tentando impedir que o homem atirasse.
PM uniformizada presenciou ação e negou atendimento
O repórter avistou uma policial militar uniformizada assistindo à ação com os braços cruzados. Ao abordá-la pedindo ajuda para conter a situação, a policial faz um gesto com a mão aconselhando-o a ligar 190, e diz que está de folga.
O jovem corre na direção da policial pedindo ajuda, e ela o afasta com um chute na barriga. A todo momento o homem se mantém com a arma apontada para o garoto.
Segundo a SSP, a conduta da policial, registrada pelas imagens, é “considerada grave, uma vez que não condiz com as expectativas da sociedade e muito menos com as responsabilidades do profissional de segurança pública, que deve agir prontamente sempre que presenciar um crime, estando ou não em serviço”. Atitude da policial pode resultar em sua prisão, ou expulsão da corporação.