O Tribunal de Justiça de São Paulo acaba de decretar a falência do braço aéreo do grupo Itapemirim. A ação, expedida pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, no dia 11 de julho passado, determinou ainda a nomeação do administrador judicial EXM Partners Assessoria Empresarial, que tem 180 dias para avaliar o valor de todos os bens da empresa e colocá-los à venda.
No hangar do aeroporto, um dos modelos de avião da companhia aérea Itapemirim, que teve sua falência decretada pela justiça de SP
(Foto: Reprodução/Gustavo Aguiar/Wikimmedia Commons)
Em sua decisão, o juiz alertou para o risco de prisão dos sócios no caso do não cumprimento das responsabilidades perante os credores. Eles tem agora 15 dias para apresentar à EXM Partners o valor que a Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) deve à eles, validar ou questionar os valores repassados pelo grupo ITA à administradora judicial, que também se responsabilizará por informar a decisão de falência a órgão como a Anac, Junta Comercial, Correios, Bolsa de Valores e bancos.
Cancelamento de voos causou tumulto às vésperas do natal de 2021
Os problemas causados pela má gestão da Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) iniciaram-se às vésperas do natal de 2021, quando a companhia aérea suspendeu seus voos sob a alegação de ajustes operacionais e, desde então, não voltou a operar. À época, um Comunicado falava em "reestruturação interna" e a "necessidade de ajustes operacionais". Entretanto, atrasos de pagamento de salários e benefícios de seus funcionários, além de dívidas com fornecedores já estavam entre as dificuldades enfrentadas pela empresa.
Carona de volta para casa em outras companhias aéreas
Lançada em maio de 2021, a ITA começou a enfrentar problemas já em novembro, apenas seis meses após iniciar suas operações, quando passou a atrasar pagamentos e benefícios de funcionários, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e pagamentos de fornecedores. Já em dezembro, o plano de saúde pago pela empresa foi suspenso. Diretor do Sindicato dos Aeronautas à época, Henrique Hacklaender lembrou que durante ocorrido, alguns tripulantes espalhados pelo Brasil ficaram sem ter o que comer e até como voltar para casa devido à suspensão dos voos. Segundo ele, foi necessário então que outras companhias aéreas dessem carona para que eles pudessem voltar aos seus lares.
Foto Destaque: Um dos veículos da companhia aérea Itapemirim, que teve a falência decretada pela Justiça de SP no dia 11 de julho deste ano. Divulgação/Viação Itapemirim