Durante ligação com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrania, Joe Biden culpou o Congresso estadunidense pelo avanço russo na cidade de Avdiivka. Para o presidente dos Estados Unidos, a perda do território está relacionada ao pacote de ajuda que foi barrado pelo Congresso. Fruto de meses de negociações, o documento previa apoio financeiro à Ucrânia, mas foi rejeitado por republicanos após movimentação de Donald Trump.
“Esta manhã (17), os militares da Ucrânia foram forçados a se retirar de Avdiivka depois que soldados tiveram que racionar munição devido à diminuição dos suprimentos como resultado da inação do Congresso”, disse a Casa Branca.
Conhecida como uma cidade chave na disputa entre as duas nações, Avdiivka se tornou o centro do campo de batalha nos últimos meses, e este foi considerado o maior ganho para Moscou em meses de conflito.
Para Biden, é urgente que o Congresso aprove o projeto de financiamento suplementar de segurança nacional para reabastecer as forças ucranianas. Recentemente, autoridades estadunidenses já haviam demonstrado preocupação com a situação da Ucrânia na guerra após uma desaceleração na ajuda ao país europeu.
Sede do Congresso dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Jim Lo Scalzo/EFE/Veja)
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, endossou a opinião de Biden. Em comunicado feito para a CNN, Watson disse que esta perda é resultado da inação do Congresso.
“Os ucranianos continuam a lutar bravamente, mas estão ficando sem suprimentos. É fundamental que a Câmara aprove o financiamento adicional da Ucrânia sem demora para que possamos fornecer ao país as munições de artilharia e outros equipamentos críticos que eles precisam para se defender”, disse.
Zelensky conta com apoio dos EUA
No sábado (17), a vice-presidente Kamala Harris encontrou com Zelensky na Conferência de Segurança de Munique na Alemanha. Na ocasião, o presidente ucraniano disse contar com o apoio dos Estados Unidos. “Para nós, este pacote é vital”, falou.
Kamala reforçou a urgência do envio de ajuda para a Ucrânia e criticou os republicanos por barrar o projeto na Câmara. “O jogo político não tem nenhum papel a desempenhar no que é fundamentalmente sobre a importância de estar com um aliado enquanto ele sofre uma agressão não provocada”, falou a repórteres.
Kamala e Zelensky se encontram na Alemanha (Foto: reprodução/Metrópoles)
Apesar de não considerar traição a falta de financiamento adicional, Zelensky criticou o recesso da Câmara dos EUA, alegando que o ódio não tem pausa e que ditadores não saem de férias. “O ódio não tem pausa. A artilharia inimiga não se cala devido a questões processuais”, disse durante discurso.
Na sexta-feira (16), Biden também fez críticas aos parlamentares da Câmara pela pausa de duas semanas, o que ele considerou “ultrajante”.
Morte da principal figura de oposição Russa
Zelensky e Biden também conversaram sobre a morte de Alexei Navalny, principal opositor de Putin. Crítico do presidente russo, Navalny morreu na prisão onde cumpria pena por "extremismo". O serviço penitenciário informou que ele foi vítima da síndrome da morte súbita, mas a família refuta.
Biden acredita que este é o momento para os parlamentares da câmara darem um passo à frente e aprovarem o projeto de lei.
Foto destaque: Joe Biden considera falta de ajuda dos EUA como uma das razões da invasão de Avdiivka (reprodução/Euronews/AP)