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Governos do Rio de Janeiro e São Paulo decretam 3 dias de luto pela morte de Jô Soares

Apresentador, humorista e escritor morreu na madrugada desta sexta-feira (5) e a causa da morte não foi informada. “Perdemos hoje um dos mais brilhantes humoristas”, disse o governador Cláudio Castro, em mensagem oficial.

05 Ago 2022 - 20h20 | Atualizado em 05 Ago 2022 - 20h20
Governos do Rio de Janeiro e São Paulo decretam 3 dias de luto pela morte de Jô Soares Lorena Bueri

Os governos do Rio de Janeiro e São Paulo decretaram luto oficial por três dias pela morte do apresentador, humorista e escritor Jô Soares, que morreu na madrugada desta sexta-feira (5).

Jô Soares, de 84 anos, apresentador do extinto “Programa do Jô”, exibido pela TV Globo, estava internado no Hospital Sírio Libanês, no Centro de São Paulo. A causa da morte não foi divulgada e o velório e enterro serão restritos aos familiares e amigos.


Jô Soares nasceu na cidade do Rio, que teve papel importante na formação do artista. (Foto: Reprodução/VEJA)

Jô Soares nasceu na cidade do Rio, que teve papel importante na formação do artista. (Foto: Reprodução/VEJA)


O governador fluminense, Cláudio Castro, prestou homenagens por meio de mensagem oficial compartilhada em suas redes sociais.

“Perdemos hoje um dos mais brilhantes humoristas. Inteligente, requintado e autêntico, Jô Soares jamais será esquecido. Meus sinceros sentimentos à família desta grande personalidade que se destacava em tudo o que fazia”, disse.



A decretação do luto, que vale por três dias, foi publicada no Diário Oficial do Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira (5).


Decreto oficial com luto de três dias por Jô Soares. (Foto: Reprodução/Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro)

Decreto oficial com luto de três dias por Jô Soares. (Foto: Reprodução/Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro)


Mais cedo, o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), também manifestou pesar pela morte do jornalista em uma rede social.

“Perdemos hoje um ator de primeira, um comediante afiado, um entrevistador elegante que arrancava tudo de seus entrevistados. Acima de tudo, perdemos um apaixonado pelo Brasil que buscou usar sua arte para ajudar nas mudanças que tanto precisamos. Obrigado por tudo Jô Soares”, afirmou Paes.



Luto também em São Paulo

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), também decretou luto oficial de três dias.

"O Brasil acordou mais triste hoje. O Jô marcou gerações, um gênio do humor e da arte brasileira. Ele marcou a minha geração e a de tantos outros. O país perde um grande brasileiro e, por isso, ao lado do prefeito Ricardo Nunes, estamos decretando luto oficial de três dias em todo o estado", declarou o governador de São Paulo.

O comediante faleceu às 2h30 da manhã no Hospital Sírio Libanês, no Centro de São Paulo, aos 84 anos. O corpo de Jô Soares deixou o hospital por volta das 10h38. O funeral do artista será em cerimônia reservada a familiares e amigos.

Amor pelo Rio de Janeiro

Jô Soares nasceu na cidade do Rio em 1938 e viveu na capital fluminense parte fundamental da sua história, importante na formação como homem das artes.

Parte destas referências está no volume 1 de “O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada”, lançado em 2017, com o jornalista Matinas Suzuki Jr. No livro, ele conta desde o nascimento em um hospital no Rio Comprido, na Zona Norte da cidade, até o começo do sucesso, na década de 60. O segundo volume foi lançado no ano seguinte, 2018.

Em 2019, o livro ganhou uma adaptação para o teatro, batizada de O Livro ao Vivo.

Entre as muitas memórias estão a proximidade com o centro do poder na Zona Sul, os primeiros amigos, a paixão pelo Fluminense e o Maracanazo, com a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 50 no Maracanã, pouco tempo depois do estádio ter sido inaugurado.

Anúncio da morte

O apresentador, jornalista, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu às 2h30 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo. A causa da morte não foi informada pela família.

O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedras Soares, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.

"Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo”, escreveu Pedras Soares em uma de suas redes sociais.

Trajetória

Sua estreia na televisão foi em 1956, aos 18 anos, no programa Praça da Alegria, da Rede Record, onde trabalhou por 10 anos. Na TV Globo, estreou em 1971 no humorístico Faça Humor, Não Faça Guerra. Já seu primeiro programa foi Viva o Gordo, que estreou em 1981 e ficou no ar até o final de 1987.

Ele deu início à carreira como apresentador no SBT com o programa Jô Soares Onze e Meia, que foi ao ar entre 1988 e 1999. Em 2000, estreou, na Rede Globo, o Programa do Jô, encerrado em 2016. O programa é considerado até hoje um dos mais famosos talk-shows do Brasil.

Desde 2016, Jô Soares era o ocupante da cadeira número 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

No cinema, seu primeiro papel de destaque foi em O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga, em que interpretava um americano na chanchada estrelada por Oscarito. Ele também atuou como jornalista, escrevendo para as revistas Manchete e Veja e para os jornais O Globo e Folha de S.Paulo. O artista ainda trabalhou no teatro, atuando em montagens importantes como O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Ele também dirigiu montagens como Os Sete Gatinhos (1961), de Nelson Rodrigues, O Estranho Casal, de Neil Simon, com Lima Duarte e Francisco Milani, Romeu e Julieta (1969), de William Shakespeare, Ricardo III, também de Shakespeare e pela qual ganhou o Prêmio Qualidade Brasil, e Às Favas com os Escrúpulos (2007), de Juca de Oliveira. Jô ainda estrelou diversos espetáculos de humor, desde Ame um Gordo Antes que Acabe (1976) até Na Mira do Gordo (2007). Em 2014, dirigiu Julia Rabello e Marcos Veras em Atreva-se.

 

Foto destaque: Jô Soares. Reprodução/Redes Sociais

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