Celso Amorim, atual chefe da assessoria especial da Presidência da República, esteve em Moscou no final de março e se encontrou com o líder russo Vladimir Putin. Amorim afirmou à CNN que “não estão “totalmente fechadas” as portas para uma negociação de paz com a Rússia”. Ele acredita que um grupo formado de quatro ou cinco países emergentes, incluindo o Brasil, conseguirá atuar como facilitadores da paz entre a Rússia e a Ucrânia.
“Não há solução mágica [para interromper o conflito]. Mas haverá um momento em que, de um lado ou de outro, surgirá uma percepção de que o custo da guerra — não só o custo político, mas humano e econômico — será maior que o custo das concessões necessárias para a paz.” disse Amorim à CNN. “Minha sensação é de que esse momento ainda não chegou, mas pode chegar mais rápido do que se pensa. E aí a existência de um grupo de países ‘neutros’ — nisso é necessário colocar aspas — pode ajudar”, concluiu ele.
Além dos países emergentes, Amorim vê os chineses e algumas potências ocidentais como possíveis membros do grupo. Segundo ele, é necessário, primeiramente, estabelecer alguma negociação: "Até para haver cessação de hostilidades precisa haver alguma negociação”, disse Amorim.
Chefe da assessoria presidencial, Celso Amorim. (Foto:Reprodução/Adriano Machado/Reuters)
O chefe da assessoria presidencial conversou com Putin por uma hora. Os dois conversaram por meio de intérprete e segundo o que relatou Celso Amorim à CNN, os dois teriam ficado a oito metros de distância um do outro. Em meio a guerra na Ucrânia, poucos chanceleres ou assessores presidenciais têm sido diretamente recebidos pelo líder russo Vladimir Putin.
Depois da visita com o presidente russo, Amorim foi para França e se reuniu com Emmanuel Bonne, conselheiro diplomático do presidente Emmanuel Macron. O atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recentemente falou por telefone com o presidente francês e com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky. Ele também recebeu o alemão Olaf Scholz.
“Se queremos ter alguma atuação, precisamos falar com todos”, disse o assessor presidencial.
Com informações da CNN.
Foto Destaque: Guerra na Ucrânia. Reprodução/@ZelenskyyUA/Twitter.