O ministro Gilmar Mendes, do STF, pediu nesta sexta-feira (28), mais tempo para analisar o recurso da defesa de Robinho. O ex-jogador tenta reverter a decisão do próprio STF, que em novembro do ano passado manteve a ordem do STJ para que ele cumpra a pena por estupro.
A audiência está parada por enquanto, já que o ministro Gilmar Mendes tem um prazo de até 90 dias para devolver o caso para ser analisado pelos outros ministros no ambiente virtual do STF. O ministro Luiz Fux, que é o relator desse processo, votou para que Robinho continue preso. O ministro Alexandre de Moraes concordou com o voto de Fux.
A defesa do jogador está pedindo para que ele não precise cumprir a pena definida pela justiça italiana.
Advogados de Robinho tentam suspender a prisão do ex-jogador no STF (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)
O ministro Fux mencionou que esse assunto já foi bastante debatido no Supremo, e que o recurso da defesa do Robinho foi rejeitado pela maioria dos ministros, com nove votos contra dois, em novembro do ano passado. Esse recurso tem como objetivo tirar o Robinho da Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, onde está preso cumprindo a pena pelo estupro de uma mulher albanesa na Itália.
De acordo com o ministro, a defesa tentou mudar a decisão usando um recurso chamado "embargos de declaração", mas Fux não achou essa a melhor forma de tentar reverter a situação. Segundo ele, os advogados estão tentando discutir de novo um assunto que já foi analisado durante o julgamento do habeas corpus no plenário.
A busca da defesa e o histórico no STF
Antes disso, a defesa já tinha ido ao Supremo questionar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que aceitou a sentença da Itália e determinou que Robinho cumprisse aqui no Brasil a pena de nove anos por estupro coletivo, em regime fechado.
Naquela época, a maioria dos ministros do STF, com exceção do Dias Toffoli e do Gilmar Mendes, decidiu que o jogador deveria continuar preso. Robinho está cumprindo pena na mesma cadeia que Ronnie Lessa, condenado por matar a vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, no Rio.
Depois do voto do ministro Fux, o julgamento continua acontecendo online entre os ministros, e a previsão é que termine na próxima sexta-feira, dia 4 de abril.
Caso Robinho
Robinho foi preso na noite do dia 21 de março do ano passado, depois de ser condenado por estupro coletivo. Ele e outros homens abusaram de uma mulher albanesa numa boate em Milão, em 2013.
A justiça italiana já tinha condenado ele em 2017, mas ele só foi preso mesmo em 2024, depois que o STJ aceitou o pedido da Itália, com nove votos a favor e dois contra, e determinou que ele cumprisse a pena aqui no Brasil, em regime fechado.
Foto Destaque: Robinho (Reprodução/Instagram/@oficialrobinho)