Na última quinta-feira (11), o Ministério da Saúde divulgou que ainda existem regiões onde o garimpo impede a atuação dos profissionais da saúde. Além disso, fiscais do Ibama realizaram uma ação para fechar novamente um ponto de garimpo ilegal. Esse local já havia sido desativado em uma operação em 2023.
Quase um ano após a última ação do governo federal para acabar com a tragédia humanitária nas terras indígenas Yanomami, a região ainda sofre com as ações dos garimpeiros. A visita do Ibama revelou que o acampamento encontrado possuía mantimentos, instrumentos de localização, celulares, combustíveis e grande quantidade de bebida alcoólica.
Tragédia humanitária nas terras indígenas
Em janeiro de 2023, o presidente Lula decretou emergência em saúde pública nas terras indígenas. O objetivo era restaurar os serviços de saúde e socorrer os Yanomamis que estavam sofrendo desnutrição extrema provocados pela falta de alimentação e doenças provenientes do garimpo.
Equipe do SUS prestando assistência a uma família indígena (Foto: reprodução/Igor Evangelista/Ministério da Saúde/Unb Notícias)
No ano passado, 345 indígenas morreram na região de janeiro a novembro, sendo que 308 das mortes eram crianças com até 4 anos de idade. A maioria dos casos era de Malária, doença transmitida pela mobilidade que os garimpeiros, que se deslocam entre regiões com o vírus, muitas vezes sem realizar o tratamento adequado, acabando por transmitir para os Yanomamis.
O Ministério da Saúde afirmou, na quinta-feira, que ampliou de 690 para 960 o número de profissionais atuando no território Yanomami. Além disso, investiu mais de R$ 220 milhões para reestruturar a saúde nas terras indígenas.
Garimpo ilegal na região
As operações para a retirada dos garimpeiros ilegais do território Yanomami estão se tornando mais violentas. No ano passado, fiscais foram atacados a tiros. O procurador da República MPF-RR, Alisson Marugal, comentou que o perfil dos garimpeiros são de pessoas mais audaciosas, ousadas e que estão ligadas a grupos criminosos.
Na terra Yanomami estão em andamento mais de 400 investigações da Polícia Federal contra o garimpo, e o Ibama já destruiu 35 aviões e helicópteros dos criminosos.
Pertencente aos Yanomamis desde 1922, o território destinado exclusivamente para os indígenas vem sofrendo com ação ilegal de garimpeiros que destroem o meio ambiente e causam o extermínio do povo indígena. Na terça-feira (9), o presidente Lula anunciou que as forças de segurança vão se instalar e ficar nas terras Yanomami, sendo uma abordagem diferente da realizada em 2023.
Foto Destaque: um dos locais de garimpo ilegal nas terras Yanomami (Reprodução/Chico Batata/Greenpeace/Rede Brasil Atual)
