A Justiça da França vai decidir na tarde desta quarta-feira (28) se Pavel Durov, franco-russo fundador do aplicativo de mensagens Telegram, será acusado, podendo até ser decretada sua prisão.
No sábado (24), Durov foi preso no aeroporto Le Bourget, em Paris, fato que gerou críticas ao redor do mundo. Elon Musk, dono da rede social X, usou-a para se posicionar a favor de Pavel. Edward Snowden, ex-funcionário da inteligência americana, também ficou ao lado do fundador do Telegram. No início da tarde de hoje, Durov foi transferido ao Palácio da Justiça, também em Paris.
Pavel Durov (Foto: reprodução/O Globo)
Investigação
Pavel Durov está sendo investigado por crime organizado em seu aplicativo. Segundo a justiça francesa, o bilionário de 39 anos não agiu contra a disseminação de conteúdo criminoso que circulava no Telegram como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e compartilhamento de imagens de exploração sexual de crianças. "Cumprimos as leis da União Europeia; é um absurdo afirmar que uma plataforma ou o seu proprietário é responsável por abusos”, garantiu a empresa.
A investigação da justiça francesa começou no dia 8 de julho. Além de Durov, seu guarda-costas e seu assistente também foram detidos, mas, após serem interrogados, foram libertados. Há uma chance de acontecer o mesmo com Pavel.
O Telegram emergiu dentre os aplicativos de mensagens sempre defendendo a privacidade por meio de mensagens criptografadas. Apesar de garantir confidencialidade aos seus usuários, passando uma sensação de segurança na transmissão de dados, seus opositores acusam o aplicativo de “permitir” conteúdos ilegais serem compartilhados.
Jogo político
A Rússia declarou ontem (27) que as acusações são muito graves e alertou a França para não intimidar Durov; o presidente francês Emmanuel Macron negou que sua detenção faz parte desse “jogo político”. Em 2018, Durov e Macron almoçaram juntos em uma série de reuniões do presidente com líderes da tecnologia.
É esperado que os juízes decidam a sentença de Durov às 15h de Brasília (20h no horário local), quatro dias após ele ser detido, período máximo de espera permitido por lei.
Foto Destaque: Pavel Durov (Reprodução/Exame)
