Nesta segunda-feira (03), uma multidão de franceses se reuniu para prestar apoio ao prefeito que teve casa invadida por um carro em chamas, em meio aos protestos contra a morte de um adolescente por policiais.
As manifestações na França têm sido crescentes e violentas, após o adolescente Namel Merzouk, de 17 anos, ser assassinato com um tiro à queima-roupa pela polícia. Essas revoltas da população, contudo, se intensificaram no último domingo (02), quando a casa do prefeito de Paris foi atacada com um carro, que logo pegou fogo.
O prefeito Vincent Jeanbrun, que classificou o ocorrido como “uma tentativa de assassinato”, se encontrava na prefeitura da cidade durante o momento do ataque, enquanto sua esposa e seus filhos estavam casa.
Jeanbrun informou que, ao tentar se proteger do incêndio e escapar do local, sua esposa e um dos filhos acabaram feridos.
Residência de Vicent Jeanbrun após ataque (Foto: reprodução/NewsInFrance)
A violência contra o prefeito e sua família, contudo, não foi nada aceita pelos moradores de Paris. Nesta segunda-feira (03), milhares de pessoas marcharam em apoio ao presidente, em L’Haÿ-les-Roses, um subúrbio de Paris – mesmo local do ataque a casa de Jeanbrun.
Na manifestação, enquanto Vicent Jeanbrun agradeceu os apoiadores e afirmou: “Mais do que nunca, nossa república e seus servidores são ameaçados e atacados”, os residentes de Paris carregaram uma facha que dizia: “Juntos pela república!".
Panorama dos protestos
As revoltas francesas, que se iniciaram pelo assassinato de Namel Merzouk e já estão na segunda semana, questionam o policiamento nas comunidades marginalizadas da França e o possível preconceito na morte do jovem, já que este possuía ascendência argelina (país da África).
Até o momento, o policial responsável pelo assassinato de Merzouk foi detido e indiciado por homicídio voluntário. De acordo com uma fonte à CNN, o presidente da França, Emmanuel Macron, está arquitetando uma operação para entender melhor a causa das violentas manifestações que atingiram o país.
Foto destaque: Marcha em apoio a Vicent Jeanbrun. Reprodução/AFP