No penúltimo dia da presença das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, foguetes foram disparados no aeroporto internacional de Cabul. Os americanos aceleram a operação para concluir a retirada de pessoas do país.
O grupo do Estado Islâmico de Khorasan, conhecido como EI-K, reivindicou os ataques. "Os soldados do califado atacaram o aeroporto internacional de Cabul com seis foguetes".
Foguetes atingiram um bairro próximo ao aeroporto internacional Hamid Karzai. (Reprodução: Khwaja Tawfiq Sediqi/AP)
Uma fonte, ex-funcionário da Segurança do governo afegão, informou que os foguetes foram lançados a partir de um veículo na zona norte de Cabul. Moradores e cidadãos que estavam na próximos do aeroporto confirmaram que ouviram o som da ativação do sistema de defesa de mísseis e que viram estilhaços caindo do céu, o que indicaria que ao menos um foguete foi interceptado.
O presidente americano, Joe Biden, estabeleceu a terça-feira, 31, e destacou que a retirada prosseguiu sem interrupção. A data-limite para a retirada das tropas do Afeganistão significa o fim de duas décadas de uma operação militar iniciada como represália pelos atentados de 11 de setembro.
"O presidente Biden voltou a confirmar a ordem para que os comandantes redobrem os esforços para fazer o que for necessário para proteger nossas forças no local", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
Agora as tropas americas se concentram em remover todos os militares e diplomatas dos Estados Unidos do país.
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O exército americano executou no domingo um ataque aéreo contra um carro-bomba em Cabul, que foi atingido por um drone a dois quilômetros do aeroporto. As tropas dos Estados Unidos foram acusadas de matar civis em seus ataques aéreos. Urban disse que as explosões foram "potentes" e que o exército investiga se provocaram mortes entre civis. "Nos deixaria profundamente tristes qualquer perda de vida inocente", afirmou.
Algumas potências, como França e Reino Unido, pedem a criação de uma “zona protegida” em Cabul, sob controle da ONU, para a realização de operações humanitárias. Mas o Talibã já rejeitou a proposta.
(Foto destaque: Operação de retirada de pessoas do Afeganistão, em 26 de agosto. Reprodução: Victor Mancilla/ Divulgação Forças Armadas dos EUA/ Reuters)