A partir desta semana, a Flórida implementou uma nova e rigorosa lei que proíbe o aborto a partir da sexta semana de gestação. Essa legislação reduz significativamente o prazo que estava em vigor anteriormente, o qual proibia o aborto a partir da 15ª semana.
A nova regra entrará em vigor a partir próxima quarta-feira (1º). Será mais difícil para as mulheres conseguirem realizar o procedimento, pois muitas não sabem sobre a gestação tão cedo.
Protestos pela não interferência do governo no controle reprodutivo das mulheres (Foto: reprodução/Anadolu/GettyImages Embed)
Flórida era uma referência no sul
Por estar localizada no centro da região sul dos Estados Unidos, mais de nove mil mulheres foram até a Flórida apenas para realizar o procedimento. Este tipo de viagem se tornou cada vez mais comum nos últimos dois anos, quando o caso Roe versus Wade foi revogado pela Suprema Corte americana.
No ano passado, havia em média sete mil abortos mensalmente realizados no estado. Sendo um dos estados mais populosos dos EUA e ainda recebendo visitantes que pretendiam interromper a gravidez por conta de alguma restrição no seu estado residente, de cada 12 abortos realizados no país, 1 foi feito na Flórida.
Estados como a Carolina do Sul e o Texas já haviam restringido o aborto e a taxa de natalidade aumentou significativamente. Devido aos altos números de procedimentos realizados na Flórida, a previsão é que os números de nascimentos sejam ainda mais altos.
Resistência e eleições
Apenas três estados do sul do país continuam permitindo o aborto até o primeiro trimestre, são eles: Maryland, Delaware e Virgínia. A restrição na Carolina do Norte é a partir da décima segunda semana. Os centros abortivos de outros estados, que ainda não tiveram esta restrição legal, se preparam para absorver a necessidade das viajantes que desejam realizar o procedimento.
A interferência do governo no direito de escolha reprodutiva da mulher será uma das principais pautas abordadas nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América neste ano.
Foto Destaque: protesto na Flórida (Reprodução/Joe Raedle/GettyImages Embed)