Tempestade solar de maior intensidade em duas décadas causa espetáculo raro de aurora boreal na Europa e austral na América do Sul desde a noite desta sexta-feira (10). A agência de Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) adverte sobre possíveis impactos nas redes de energia e comunicação por satélite e informa que há expectativa de fenômeno celestial incomum ao longo deste fim de semana.
É considerado uma raridade geomagnética e, pela primeira vez desde 2005, NOAA emite alerta de tempestade considerada "Severo", de nível G4. G4 é o segundo mais alto numa escala de riscos, indo até G5, que seria o de nível extremo.
O acontecimento no Hemisfério Sul
Aurora austral vista do Ushuaia, no sul da Argentina (Foto: reprodução/X/@smn_argentina)
A tempestade solar resultou em uma aurora austral rara na Argentina, visível em Ushuaia, ao sul do país. O Serviço Meteorológico Nacional Argentino, em sua conta na rede X (anteriormente Twitter), destacou a incomum ocorrência do fenômeno tão ao norte do Polo Sul. No Chile, a aurora foi avistada nas regiões de Los Lagos e na Patagônia chilena.
Aurora austral vista da região de Los Lagos, no Chile (Foto: reprodução/X/@yamogGMA)
A aurora boreal e austral é um fenômeno óptico que ocorre na Terra, caracterizado por cores incomuns no horizonte. Essas cores são resultado da interação de partículas carregadas de luz e energia, que são direcionadas para a Terra durante erupções solares. Ao interagir com a atmosfera, essas partículas produzem luzes, predominantemente em tons de verde e vermelho.
O acontecimento no Hemisfério Norte
Nas redes sociais, há relatos de aurora boreal em Budapeste, Hungria, e em Reix, Suíça, assim como em Londres, Reino Unido. Também foram registrados avistamentos no norte de Portugal.
Aurora boreal em Riex, na Suíça, na madrugada deste sábado (11) (Foto: reprodução/Denis Balibouse/Reuters)
A tempestade solar em curso é resultado de ejeções de massa coronal, que consistem em erupções de plasma e campos magnéticos originários da coroa solar, a camada mais externa do Sol. Um dos resultados desse fenômeno são as auroras boreais, conhecidas no Hemisfério Norte. No Hemisfério Sul, o mesmo fenômeno é chamado de aurora austral.
Aurora boreal sobre East Brandenburg, na Alemanha (Foto: reprodução/Patrick Pleu/Reuters)
A nova tempestade, prevista para durar o fim de semana, surge em meio à fase de pico de um ciclo solar de 11 anos, quando a atividade solar está em ascensão. Este momento amplifica os efeitos esperados da tempestade, aumentando sua duração e intensidade.
Foto destaque: luzes da aurora boreal são vistas sobre Brocken, perto de Schierke, na Alemanha (Reprodução/X/@Matthiabeina)