O homem-bomba responsável por detonar artefatos no Supremo Tribunal Federal (STF) atirou um pano embebido em gasolina na estátua da Justiça antes de lançar o primeiro explosivo em direção à Corte. Portando um extintor de incêndio carregado com combustível, ele teria tentado realizar um ato "simbólico" contra a estátua, segundo avaliação de fontes ligadas ao caso.
De acordo com apuração da CNN, uma das hipóteses é que o objetivo fosse incendiar a obra, utilizando o extintor como um improvisado lança-chamas. Responsável pelo atentado, Francisco Wanderley Luiz havia insinuado que a obra deveria ser explodida.
imagem de Francisco Wanderley Luiz morto no local de seu atentado (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Evaristo SA)
Antecedentes do atentado
No espelho da casa que alugou em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, ele escreveu: “Débora Rodrigues. Por favor, não desperdice batom!!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT!”
A referência é à mulher que escreveu com batom “Perdeu, mané” na estátua, durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. Ela está presa desde março do ano passado.
Wanderley havia anunciado em suas redes sociais que realizaria um atentado.
Declarações online
Em publicações online, ele compartilhou prints de mensagens confusas, incluindo ameaças a políticos e menções a possíveis novas explosões. Também divulgou mensagens que faziam referência à data desta quarta-feira, mencionando uma “revolução”. Em uma delas, escreveu: “Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósito de materiais etc. Início 17:48 horas do dia 13/11/2024.”
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o caso. A investigação, sob responsabilidade do STF, foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes e, neste estágio inicial, considera as hipóteses criminais de atentado contra o Estado de Direito e ato terrorista.
Na manhã desta quinta-feira (14), agentes da Polícia Federal e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar realizaram uma vistoria e uma varredura no prédio principal do STF. Desde a madrugada, a Corte permanece cercada por gradis.
Foto destaque: Supremo Tribunal Federal (Reprodução/Supremo Tribunal Federal)