Desde o último sábado (1º), o trecho do Rio Tietê entre Salto e Itu, em São Paulo, está tomado por uma espuma imensa e tóxica que persiste até a manhã desta quinta-feira (6).
No caso de Salto, a formação da espuma ocorre devido às corredeiras de uma cachoeira próxima à cidade. Esse fenômeno é resultado da alta concentração de resíduos de detergentes e materiais que são descartados no rio sem passar por tratamento adequado.
Durante o inverno, o fenômeno ganha mais destaque e persistência, pois a espuma encontra dificuldade para dissipar-se. Além disso, a falta de chuvas contribui para o aumento da concentração de poluentes, agravando a formação da espuma.
Espuma tóxica no Rio Tietê (Foto: Reprodução/TV Globo/ CBNCampinas)
Embora ocorra com frequência, essa situação é grave e assustadora. Nesse trecho do rio, produtos químicos são despejados sem nenhum tratamento. De acordo com organizações responsáveis pela monitorização do Rio Tietê, estima-se que aproximadamente 70 toneladas de poluentes sejam despejadas diariamente no rio sem receber o tratamento adequado.
É crucial implementar políticas públicas para reduzir a agressão sofrida pelo Rio Tietê. Malu Ribeiro, Diretora da Fundação SOS Mata Atlântica, destaca que em outros países são adotadas medidas mais efetivas. Ela ressalta que é inaceitável que o Rio Tietê seja tratado como um grande receptor de esgotos e poluentes.
A Prefeitura de Salto afirmou que a água poluída em questão chega à região metropolitana de São Paulo, uma vez que o esgoto da cidade é tratado quase 100%. A prefeitura ainda ressalta que a formação da espuma tóxica é resultado da presença predominante de poluentes, principalmente aqueles provenientes de produtos sabonáceos. Essa espuma é mais visível na região de Salto devido às corredeiras do rio e, especialmente durante a estação seca. É importante destacar que essa poluição não é originada por Salto, já que a cidade trata quase 100% do seu esgoto.
Foto destaque: Espuma tóxica cobre leito do Rio Tietê em trecho entre Itu e Salto. Foto: Junior Camargo/Arquivo pessoal/ Reprodução/ G1